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Um caminho de desenvolvimento espiritual

Távola 159 de Solitários de Cabo Frio

Trabalho Anual -2020

A Virtualização das Relações Humanas e o

Desenvolvimento do Ser

De repente, a nova realidade se levanta e se espalha pelo mundo. Uma nova relação entre as pessoas tomou força, a do afastamento físico, a das relações virtuais, em todos os âmbitos.

Fez-se necessário compreender os desafios e a importância de novos arranjos

e novos papéis, na dinâmica da relação humana.

O homem, embora social por natureza, sempre lidou de forma ambivalente, ora se relacionando, ora se afastando dos que o cercam.

Hoje, boa parte da comunicação passou a ser essencialmente não presencial, entre os que têm acesso a mídias como e-mail, redes sociais e inúmeros aplicativos de áudio e videoconferência.

Diante do fortalecimento das relações on-line,

ficou mais clara a existência de milhões de seres não conectados, que seguem à margem das modernas possibilidades de comunicação à distancia.

O painel das exclusões e das desigualdades humanas se tornou mais explícito e contundente.

Ficou mais evidente a importância de uma atitude e de um modo de viver e de conviver cada vez mais inclusivo e participativo,

que considere todas as possibilidades de superar o que separa os seres humanos, seja a cultura, as desigualdades sociais, os preconceitos, os rótulos e os diferentes estágios

de desenvolvimento científico-tecnológicos em que se encontram.

Temos uma tarefa de renúncia e de participação a cumprir, no entendimento e na prática, frente às possibilidades espirituais que as circunstâncias nos assinalam.

O afastamento não envolve apenas o sair da cena social. Pode provocar ou aprofundar sentimentos de solidão, perda, receio, insegurança.

É fundamental estarmos atentos ao que o momento possibilita e a compreender o que se adequa ou não ao momento, como práticas de vida, saúde e convivência.

O isolamento social implica em distanciamento, e este, por sua vez, possibilita um maior contado com o próprio eu.

Estamos diante da oportunidade de rever a forma como se dá o relacionamento com nós mesmos, com o meio e com as circunstancias humanas e sociais que vão se sucedendo, se modificando.

Este isolamento passou a nos exigir um maior comprometimento na manutenção da saúde física e mental. Sentimos mais presente a necessidade de praticar exercícios, de estudar, pesquisar, inserir hábitos de vida e de lazer saudáveis, para o equilíbrio de nosso bem estar integral.

Em todo o planeta tornou-se necessário, não apenas o desafio de vencer o novo vírus,

mas o de aprender a sermos responsáveis uns com outros e o de trabalhar de uma nova forma as relações humanas, tanto presenciais, como virtuais.

Com a virtualização dos relacionamentos alcançamos uma maior clareza da necessidade

de adaptarmos nosso ritmo individual às demandas e ao que é importante e desejável para o todo.

Mudanças externas ensejam novos paradigmas relacionais que, por sua vez, nos levam a reavaliar prioridades,

hábitos, conhecimentos, práticas e o uso do tempo.

Sentimos o chamado a nos flexibilizarmos, a nos capacitarmos para criar pontes e novas condições pessoais e em equipe.

Assim, é possível nos colocarmos mais claramente cientes de nossa interdependência

e ressignificar nossas compreensões e os valores que nos orientam.

Descobrimos o fundamental em sermos inclusivos e participativos, sem nos permitirmos agir de modo invasivo, intolerante e a buscar protagonismos.

Ao crermos que toda mudança começa em nosso interior, ousamos perscrutar nossa indecisão, nossos receios

e o tanto de nossa inconsciência sobre quem somos,

reconhecendo com mais clareza nossa tarefa primordial como seres em desenvolvimento.

Estamos diante de novas formas de nos comunicarmos, de realizarmos reuniões e encontros, de dialogarmos, de aprendermos, de nos sentirmos uns aos outros.

Um espaço e um tempo comuns, percorridos de modo diversificado, em ritmo e contexto.

Aprendemos que nada permanece, que todas as coisas se renovam, que a existência não é linear e estanque.

Tudo, a seu tempo, se desdobra em outras e outras possibilidades, no cumprimento de cada

etapa humana na Terra, a nos chamar a amar e a incluir, com permanente expansão e amplidão de consciência.