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À DAMA GRANDE MESTRE

TRABALHO ANUAL 2020

COMO VIVER A LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE?

TÁVOLA 112 – DAMAS DE SOLITÁRIOS VITÓRIA ES – ZONA B / BR 2B

2020

Sumário

INTRODUÇÃO 3

1. CAFH, LIBERDADE E RESPONSABILIDADE

2- COMO VIVER A LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE NO MARCO DE CAFH?

2.1 Vocação Espiritual, Liberdade e Responsabilidade

2.2 Ascética Mística de Cafh: Liberdade e Responsabilidade

2.3 Obediência, Liberdade e Responsabilidade

2.4 Renúncia, Liberdade e Responsabilidade

2.5 Autoconhecimento, Liberdade e Responsabilidade

2.6 Consciência, livre arbítrio e responsabilidade

2.7 Participação, Liberdade e Responsabilidade

2.8 A Liberdade como força propulsora de mudanças

2.9 Corpo e mente, liberdade e Responsabilidade

2.10 Felicidade, Liberdade e Responsabilidade

3. QUANDO SE É LIVRE E RESPONSÁVEL:

REFERÊNCIAS

LISTA DE ASSUNTOS

LISTA DE PALAVRAS CHAVE

GRUPO

INTRODUÇÃO

Em princípio deve-se considerar a importância do trabalho em equipe, constante aprendizado que nos proporciona o Trabalho Anual. Neste sentido vale lembrar que:

“O trabalho em equipe se baseia em uma atitude aberta – livre de prevenções e auto justificações defensivas – para receber retroalimentação e em um compromisso firme que nos sustente quando houver dificuldades.

Cada um de nós é parte integral do grupo. O erro e o triunfo de qualquer um do grupo são o erro e o triunfo de todos os seus integrantes.

Nosso amor a todos os membros do grupo é a via pela qual corre a força que dá coesão e vida ao grupo. Cada um de nós é responsável pelo grupo e todos nós somos responsáveis por cada membro do grupo. Por isso é necessário que escutemos, validemos e perseveremos no trabalho em equipe.

O trabalho em equipe sobre o próprio grupo implica o desafio de superar os mesmos antagonismos e desencontros que existem entre os indivíduos na sociedade. É assim que o grupo tem que haver-se com os mesmos impulsos competitivos, agressivos e personalistas que cada um de nós traz consigo de sua história e de seu meio” (A obra de Cafh – A Vida em Harmonia – Mensagem 2001, 2006).

A partir deste ponto descreveremos em breves linhas o tema escolhido, as fontes consultadas e o conteúdo deste Trabalho Anual. O Trabalho Anual 2020 do Grupo de Damas e Cavaleiros de Solitários da Távola 112 de Vitória, ES, foi realizado visando levantar material disponível (nos arquivos dos Filhos deste grupo) nos cursos e ensinanças, e de retiros e mensagens, sobre os temas liberdade e responsabilidade, buscando relacionar os dois conceitos conforme entendimento e visão de Cafh. Vale destacar que alguns dos cursos/ensinanças, aqui descritos em parte, podem ter versões mais atualizadas.

Para tanto o material foi distribuído entre os componentes do grupo que fizeram uma seleção de textos, aqui destacados e referenciados, e consolidados nos itens conforme descrevemos abaixo.

No item 1. Cafh, Liberdade e Responsabilidade destaca-se a liberdade e a responsabilidade como princípios básicos do desenvolvimento espiritual, contidos na Doutrina de Cafh.

No item 2, ‘Como viver a liberdade com responsabilidade?’, a seleção de textos buscou vincular a ideia de liberdade com a de responsabilidade trazendo vários aspectos associados a estes conceitos. Desta forma este item foi subdividido em 10 subitens destacando-se dentre estes aspectos: autoconhecimento, consciência e livre-arbítrio, vocação espiritual, obediência, ascética mística de Cafh, renúncia, liberdade como mola propulsora de mudanças, participação, corpo e mente e felicidade.

No item 3 destacam-se atitudes de um ser livre e responsável, no qual os componentes do grupo expuseram livremente suas percepções acerca desta pergunta.

1. CAFH, LIBERDADE E RESPONSABILIDADE.

“Cafh, como caminho de desenvolvimento espiritual tem um marco que o determina, que é sua doutrina. Este marco se guia por princípios, por ideias norteadoras próprias, as quais refletem seus ideais espirituais.” (Extratos da Alocução de Abertura, 2012).

“Cafh oferece uma ensinança, um método e um cerimonial aos que buscam liberar-se interiormente, e convida a que cada um se desenvolva por si mesmo através desses meios.

Cafh proporciona a seus Filhos uma ensinança determinada, mas não impõe o dever de crer nela, senão que unicamente manda estudá-la.

Ao não fazer da Doutrina um artigo de fé, Cafh dá um caráter de absoluta liberdade e respeito à relação dos Filhos com seu caminho espiritual e dos Filhos entre si. Ensina os Filhos a se relacionarem com outros sem julgá-los nem pressioná-los para que mudem suas crenças. Também ensina que cada um tem a liberdade de cotejar suas crenças com sua experiência.

A Doutrina de Cafh dá a alma a liberdade interior que necessita para se relacionar diretamente com o divino, sem intermediários.” (Comentários à Doutrina, Caráter da Doutrina, Liberdade, 1994).

“Cafh nos insta a respeitar o conceito de que nossa liberdade termina onde começa a liberdade do próximo.

Cafh exorta cada indivíduo a reconhecer e cumprir a responsabilidade que lhe corresponde” (A Obra de Cafh, A Doutrina, 2006).

“Ao reconhecer a nossa participação na família humana, compreendemos o alcance que há de ter a nossa responsabilidade. Não tem maior sentido buscar a liberação particular dando as costas para a humanidade da qual nós somos uma parte inseparável” (Comentários À Simbologia Arcaica, Comentário Ensinanças 4 e 5, 2018).

“…necessitamos de nosso trabalho interior, de nossos companheiros de caminho, de toda a humanidade. Necessitamos aprender a amar o próximo sem reservas, necessitamos a retroalimentação dos que nos rodeiam, necessitamos compreender a nossa realidade: ser nas almas. Talvez a sobrevivência da humanidade dependa de compreendermos isto em toda a sua magnitude. E de nos darmos conta da responsabilidade que nos cabe nisso” (Matizes da Oração, O Véu de Aheia e a Ressurreição de Hes, 2013).

 

2- COMO VIVER A LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE NO MARCO DE CAFH?

2.1 Vocação Espiritual, Liberdade e Responsabilidade

“Nossa vida espiritual e a tarefa de viver são uma e a mesma coisa. O amor à liberdade interior sustenta a nossa vontade, inspira a nossa inteligência e nutre os nossos sentimentos. Damo-nos conta de que desenvolver-nos é equivalente a compreender-nos, a conhecer-nos e a melhorar as nossas relações em todos os níveis. Vemos que o fato de atender às demandas de nossa vocação, longe de nos tirar liberdade, possibilita-nos ser realmente livres, expressar o melhor de nós” (A Arte de Viver a Relação, A relação com a vocação,2015).

“A fidelidade à vocação espiritual expande o sentido de Responsabilidade, pois à medida que nos identificamos com a nossa vocação decrescem nossas desculpas para fugir da responsabilidade” (Método de Vida. Método individual exterior).

“Quanto mais aprofundamos nossa Responsabilidade, mais amplo é o contexto no qual consideramos as situações e mais restrito o âmbito de nosso livre arbítrio para responder a elas.” (Vida Espiritual, Responsabilidade, 2012).

“Quando aspiramos à realização espiritual vamos ao encontro da Responsabilidade” (A Relação, A relação com a responsabilidade, 2003).

“A alma de Renúncia não confunde liberdade exterior com Liberdade, nem obrigações com Responsabilidade. Somente pode ser livre um ser responsável.” (Ascética da Renuncia, Obediência,1982).

“Ao escolher o que queremos fazer de nossas vidas, sem pressões externas, somos livres para assumir o compromisso em nossa medida, de acordo com o que nosso discernimento nos indique. A consciência vocacional pede o que cada um de nós deu com total liberdade ao emitir nossos votos. Com paz interior, com convicção, poderemos ser consequentes no cumprimento de nossa missão e sem dúvida abriremos, a partir de nosso próprio fazer, novos sulcos de esperança e de realização para a humanidade. Continuemos velando, cada dia, para que a consciência de nossa vocação de oferenda, do compromisso que a vocação implica e da coerência que nos exige, rejam nossas vidas. Unamos nossa intenção e compromisso, formando uma corrente de amor, de consciência, de responsabilidade com a humanidade.

Um voto, pelo menos desde um ponto de vista humano, implica duas coisas: discernimento e responsabilidade.

Os votos expressam a graça divina e a responsabilidade vocacional.

A vida não é algo que nos acontece, senão que a construímos através de escolhas conscientes, de fidelidade à ensinança, de vida metódica, enfim, de um esforço consciente para desenvolver-nos. Esta necessidade de viver nossos votos de forma deliberada é a ideia fundamental que queremos transmitir e que sintetizamos no conceito responsabilidade vocacional” (Alocução Inicial 1986, Os Votos).

“Nossa tarefa é grande:

  • Respondamos à falta de amor que vemos no mundo através de nossa vocação de união com todas as almas.
  • Respondamos à violência, com nosso compromisso de gerar pensamentos e sentimentos de bem que superem o ódio que vemos na sociedade.
  • Respondamos à incompreensão, com o esforço por vivenciar em nosso entorno a aceitação sincera da diversidade.
  • Respondamos à dor do mundo, com o compromisso de expandir a consciência até que todos os nossos atos reflitam a compreensão de ser uma alma entre as almas” (Alocução de Encerramento 2008).

 

2.2 Ascética Mística de Cafh: Liberdade e Responsabilidade

“A partir de nossa perspectiva individual, abramos caminho, usando, inteligentemente, nosso livre arbítrio, nossa energia e as ferramentas que a Ascética e a Mística de Cafh nos oferecem. Aprofundemos este trabalho de abrir caminho com o nosso crescente sentido de Liberdade e Responsabilidade.” (Mensagem VI, Buscadores de liberdade interior, Mensagem de Plenilúnio 2011, 2018).

“Construamos a partir da diversidade, que é nossa fortaleza, limitando o exercício de nossa liberdade não só à condição de respeitar a liberdade dos demais, senão de aceitá-la reconhecendo as diferenças. A responsabilidade que nos cabe como Corpo Místico não nos permite dar lugar à separatividade. Passemos da etapa de só exigir direitos à do compromisso com o todo, de trabalhar pelo bem comum, com a certeza de que albergamos bens interiores inestimáveis, especialmente o chamado a dar-nos que nos marca um rumo claro a seguir na vida.” (Mensagens VI, Amor pelo desenvolvimento, Mensagem de Plenilúnio 2006, 2018).

“Nossa missão é de oferenda e o seu objetivo nos transcende. Ter clareza vocacional, fortaleza de propósitos e consciência da transcendência da missão que nos cabe cumprir, nos compromete a dirigir a nossa atenção e interesse para realizar um trabalho especifico, procurando não nos desviar de nosso objetivo. Compromete-nos a levar a cabo a principal obra social que, cedo ou tarde, todos os seres humanos temos que realizar: desenvolver-nos espiritualmente para expandir nossa consciência e, com ela, nossa compaixão e nosso sentido de responsabilidade individual e social” (Alocução de Encerramento 2010).

“Recordemos que nosso compromisso de oferenda há de se expressar em uma atitude de serviço a todas as almas. É esta nossa maneira de promover a Obra de Cafh dentro do Corpo Místico e na sociedade. Ampliemos a gama de possibilidades através de uma ação sinérgica que multiplique o resultado de nossa oferenda e desenvolva o potencial de nosso grupo.

Para que “nosso estar a serviço” seja efetivo, aprendamos de nós mesmos, de nossas debilidades e fortalezas, para compreender as debilidades e fortalezas daqueles aos quais temos que orientar espiritualmente e as de nossos companheiros e amigos espirituais que nos acompanham no trabalho que assumimos. Compreender nos torna compassivos e nos abre as portas ao amor” (Extratos das Alocuções 2005-2013).

“O desenvolvimento espiritual que nós podemos gerar está em nossa própria vida. A possibilidade que temos de criar um mundo melhor é fazer o trabalho para o qual viemos a esta terra: desenvolver-nos como individualidades egoentes. A forma de ajudar-nos uns aos outros é aprender a amar-nos sem julgamentos, sem preconceitos; aprender a aceitar-nos tal qual somos e colocar ênfase na própria mudança; aprender a dialogar para poder compartilhar o que pensamos e o que sentimos; aprender a receber retroalimentação para poder ter uma apreciação mais completa de como somos” (Matizes da Oração, Autoconhecimento, 2013).

“Deixemos de teorias. Voltemos à fonte. Trabalhemos a partir do real. Demos testemunhos. Esta é a nossa tarefa. A humanidade necessita deste passo” (Mensagem de Plenilunio 2020).

“Através da prática de um ascetismo inteligente, fruto da profunda convicção de contar com esta vida como única experiência, neste presente, podemos esculpir, com amorosa liberdade e detalhe, nossa obra mais importante: nós mesmos. Sem dúvida, o que dá sentido transcendente a esta obra é fazê-la por amor a todas as almas” (Extratos das Alocuções de Plenilúnio 2005-2013, Fortalecer nossas bases).

 

2.3 Obediência, Liberdade e Responsabilidade

“Sem a obediência, a liberdade é uma quimera. Sem liberdade, a obediência é uma escravidão” (Regulamento de Cafh, Capítulo vigésimo terceiro). “A Liberdade e a obediência são as forças que permitem à alma realizar suas possibilidades. Nossa paz e serenidade se assentam em saber que estamos acatando a voz de nossa consciência” (Guia Para Retiro Anual 2015/ Quinto Dia, Desenvolvimento).

“Os Filhos e Filhas de Cafh hão de estar sempre abertos para o futuro. […] As ensinanças conceituais devem dar, como fruto, uma liberdade mental ampla, espiritual. Tudo é possível, tudo está ao alcance das possibilidades do ser humano que se faz apto para transcender. Só a mente, quando coloca uma impossibilidade, cria obstáculos para essa realização” (Guia Para Retiro Anual 2015/ Quinto Dia, Desenvolvimento).

“Os filhos e filhas não havemos de esquecer de nos basear nos princípios fundamentais de nosso caminho os quais o caracteriza como um caminho de liberação interior.

Cumprir de forma cotidiana e com fatos concretos o princípio de Cafh que assinala que todos somos livres com pleno direito a exercer a liberdade de pensar sobre nossa vida sem interferência de outros, é um avanço indiscutível para a humanidade. Honrar com nosso modo de viver e comportar-nos, a consciência que temos desenvolvido de que este direito à liberdade implica responsabilidade completa pelo que fazemos, pensamos e decidimos demonstra maturidade, genuína espiritualidade e reverência pela vida.

Ser responsável é ter em conta que cada eleição implica um resultado determinado. Ser responsável é assumir, tão logo os tenhamos aceitado, os compromissos que abraçamos em nossa vida pessoal e como filhos e filhas de Cafh” (Alocução de Abertura, Assembleia de Plenilúnio 2015).

“Quem exerce o poder somente tem responsabilidades sem nenhum privilégio” (A Ascética da Renúncia, Obediência, 1982).

Se a Responsabilidade é “…algo exterior a nós, seria um fardo que carregamos com desconforto, que suportamos com esforço e da qual desejaríamos nos livrar. Mas somente podemos sentir que essa responsabilidade é uma carga quando nossa consciência de ser é a de um ente separado e independente” (Da Mística e dos Estados da Consciência, Responsabilidade, 2014).

 

2.4 Renúncia, Liberdade e Responsabilidade

“Será que pela renúncia à satisfação dos desejos encontramos a resposta a nosso anseio ancestral de liberdade?” (Matizes da Oração, O Estandarte, 2013).

“Compreendemos que a renúncia é a lei da vida: que não ter nada –superar o afã de possuir– é riqueza; que não ganhar nada –superar o agir de forma interesseira, ambição e o afã de impor-nos– é serenidade; que não ser nada – superar o afã desaparecer– é alcançar nossa identidade, ser na Divina Mãe através de todas as almas.” (Mensagens III, A Mística do Coração, 2005).

  • “Para poder oferendar nós temos que liberar-nos. “Nosso verdadeiro consolo é amar sem medida, é abraçar a vida e oferendar nos ao serviço de todas as almas. ‘O que significa abraçar a vida e oferendar nos ao serviço das almas?
  • Para poder oferendar a nossa vida, temos que possui-la primeiro, ser donos dela, conquistá-la. Para poder oferendar nos temos que liberar-nos” (Matizes da Oração, O Véu de Aheia e a Ressurreição de Hes, 2013).

“Se queremos compreender a Lei da Renúncia, necessitamos liberar-nos do apego ao que cremos entender dela. Definir a renúncia com nosso limitado entendimento, é fixar seus efeitos a um momento e a uma história pessoal, porque colocamos o limite de nossa percepção como fronteira ao nosso conhecimento. Negar a Renúncia porque não a entendemos ou porque não estamos dispostos a deixar de alimentar interesses que subordinam o bem comum a metas pessoais, é truncar as possibilidades de desenvolvimento do ser humano. Quando, em troca, não limitamos seu significado nem seu alcance ao que cada um de nós crê compreender, expandimos nosso entendimento e a vida se transforma em um campo fértil de aprendizagem. Demos, então, o passo necessário experimentando conscientemente os efeitos desta lei. Aceitemos a temporalidade da vida, a enfermidade, a velhice, as mudanças contínuas, como um fenômeno natural de nossa existência. Viver em sintonia com a renúncia é imprescindível para não ficarmos detidos com o vislumbre da liberdade interior que anelamos alcançar.” (Mensagens VI, Amor pelo desenvolvimento, Mensagem de Plenilúnio 2006, 2018 ).

“Exploremos nossa liberdade nesse campo: no presente, no real de nosso ser.

Encontramos a liberdade necessária para executar profundamente e para explorar o nosso terreno comum, para trabalhar juntos.

Quando não buscamos seguranças, quando não há afã por ter razão; quando não queremos ter todas as respostas, quando não nos atamos às idealizações, quando aceitamos plenamente a realidade e nos responsabilizamos por ela, saboreamos a nossa liberdade.

Nossa liberdade é interior. Não depende de nada mais do que de nós mesmos e de nossa capacidade de fazer-nos responsáveis por ela.

Nossa capacidade de fazer-nos responsáveis é a outra face de nossa liberdade. Liberdade e responsabilidade são a chave de nosso aprendizado.

Este binômio liberdade-responsabilidade é a mais genuína expressão da lei da renúncia” (Mensagem de Plenilúnio 2020).

“Renunciar sem condições é renunciar a nós mesmos. Isto produz uma mudança qualitativa em nosso desenvolvimento. O fruto dessa renúncia é, simplesmente, liberdade interior.

Estamos habituados a exercer liberdade para fazer ou conseguir o que desejamos e até mesmo lutamos por ela. Mas não é esta liberdade a que estamos nos referindo.

A liberdade interior se expressa especialmente em um juízo equânime.

A fixação no passado subjetivo que fomos construindo e nos impede de compreender as limitações, nossas e dos outros, aceitar e perdoar, apagar da nossa memória o registro dos agravos recebidos. Em outras palavras, impedenos de continuar crescendo interiormente e de viver com liberdade hoje.

Ao esquecer os juízos que fizemos sobre nós mesmos, somos livres para viver como escolhamos viver. Ao esquecer o juízo que fizemos sobre os demais, respeitamos sua liberdade de ser como eles querem ser. Desta maneira, promovemos a harmonia e a paz em nós e nos demais.

A liberdade interior que conseguimos pela renúncia a nós mesmos nos dá flexibilidade mental e capacidade para encontrar novos significados no que consideramos sabido.

Só a renúncia a nós mesmos nos abre o caminho para a eternidade, pois a liberdade interior que ela gera transmuta debilidade e medo em fortaleza intrínseca e uma personalidade contingente em verdadeira individualidade” (Mensagens IV – 1995-2000, As 10 palavras do Desenvolvimento Espiritual, Ousar, julgar e esquecer, 2005).

“Busquemos ser almas liberadas de nossas limitações interiores! Somente sendo interiormente livres podemos crescer em harmonia com o devenir.

Como buscadores de liberação interior, procuremos abrir espaços na abundância de idéias que impulsionam a humanidade em diferentes direções.

Necessitamos liberar-nos do sentido de posse e estar preparados para adaptar-nos imediata e espontaneamente a qualquer mudança e condição que nos afete.

Isto nos permite viver plenamente o que a vida nos brinda e, ao mesmo tempo, ter liberdade de deixar tudo em qualquer momento.

Necessitamos liberar-nos do temor que tende a provocar a incerteza. Para poder desenvolver-nos necessitamos apoiar-nos sobre a confiança em nós mesmos, em nossos valores como buscadores de liberdade interior… Necessitamos liberar-nos da necessidade de querer ser como aqueles que idealizamos.

Ao deixar de buscar um lugar de protagonismo, nós nos permitimos ser em liberdade.

O fruto da vida espiritual é a liberação interior. Queira a Divina Mãe concedernos a graça de manter sempre vivo em nós o espírito de buscador para que, atentos e alertas ao verdadeiro sentido da existência possamos ser plenamente livres para viver e transmitir a ideia da renúncia” (Mensagens VI, Buscadores de liberdade interior, Mensagem de Plenilúnio 2011).

“É essencial o reconhecimento de nossa responsabilidade para poder gerar a força de vontade para a mudança. E por isso que é tão importante trabalhar sobre a liberdade interior.

Não buscamos ser honestos para ser “melhores”, mas para alcançar a liberdade interior que possibilita a expansão de nossa consciência e com ela, a participação consciente com tudo o que existe.

Sem lugar para dúvidas, a humanidade vai evoluindo e a régua com que se mediam os fatos no passado não é a de hoje. Isto não significa desconhecer a responsabilidade pelos atos passados. Muito pelo contrário, devemos assumir as consequências do fato e é nossa responsabilidade procurar atenuar os efeitos do que provocamos” (Alocução de Abertura 2016).

 

2.5 Autoconhecimento, Liberdade e Responsabilidade.

“O processo de conseguir liberdade interior consiste, de certo ponto de vista, em desenvolver o hábito de ir além do que conhecemos. Como poderíamos transcender nossas limitações se não estivéssemos dispostos a revisar nossa visão de nós mesmos, do mundo e da vida?” (Os Exercícios Ascéticos, A Meditação Discursiva e a Imaginação, 2000).

A liberdade está vinculada ao autoconhecimento. A sociedade só pode nos garantir a liberdade exterior, individual. Mas a verdadeira liberdade se consegue através da liberdade interior. Esta liberdade interior vem do “… domínio sobre a nossa vontade, conhecer a nossa força interior e cultivá-la, conhecer as nossas limitações e esforçar-nos para superá-las e também saber respeitar a liberdade alheia’. Para isto é necessário o ‘autoconhecimento, o desejo de aprender e saber e o desenvolvimento do senso de responsabilidade” (Matizes da Oração, Ensinança Autoconhecimento, 2013).

 

A base do conhecimento de nós mesmos encontra-se em buscar compreender a própria vida, reconhecer nossa ignorância de não saber, desejar saber, e necessitar amar com todo nosso coração.

 

“…todo o nosso trabalho está assentado sobre o aprofundamento de nossa vida interior. É aí que devemos buscar a nossa fonte de inspiração, a nossa força, o impulso para a busca da liberdade interior .”(Extrato da Alocução de Abertura 2011).

“Permaneçamos fixos em nosso templo interior, não percamos de vista o nosso destino transcendente, o qual nos permite que a nossa vontade responda à nossa consciência. O fruto desta fixação é uma expansiva e transformadora liberdade interior.

“…aceitar o desafio de renovar, dia a dia, o entusiasmo para fazer de nosso coração um templo, um centro espiritual que não somente irradie paz e plenitude, mas que também possa transmitir o sentir de uma vida dedicada à busca da liberação interior, para que esse sentir possa alimentar todas as almas.” (Alocução de Encerramento 2011).

 

2.6 Consciência, livre arbítrio e responsabilidade

“Por ter consciência, somos responsáveis.

Por ter livre arbítrio, decidimos como responder as nossas Responsabilidades” (Vida Espiritual, Responsabilidade).

“O livre arbítrio é o dom por excelência que os seres humanos possuímos que nos ajuda a trabalhar interiormente para o desenvolvimento da vontade, o domínio de nós mesmos e a liberdade interior para alcançar a expansão de nosso estado de consciência” (Guia Para Retiro Anual 2015/ Quinto Dia, Desenvolvimento).

“Contextualizemos nossa liberdade em exercer nosso livre-arbítrio, especialmente quando nos leva a transcender limites para ampliar nossas possibilidades. Tomemos, então, consciência da existência desses limites. Reconheçamos nosso nível de dependência das circunstâncias, da busca de reconhecimento, da necessidade de ocupar um lugar preferencial, de obter privilégios. Quando escolhermos, façamo-lo com plena consciência. Tomemos consciência de que temos liberdade para escolher, especialmente, de que podemos escolher dar-nos.” (Mensagens VI, Amor por nosso Caminho, 2018). “A liberdade interior não se consegue pela força, nem se alcança através da posse e do poder. A liberdade interior é fruto do renunciamento de si mesmo.” (Guia Para Retiro Anual 2015/ Quarto Dia, Desenvolvimento).

“O ser humano é intrinsecamente livre para pensar, sentir, e atuar como escolha fazê-lo, mas nunca antes tantos seres humanos tiveram a possibilidade de escolha entre tantas opções, em todos os campos, como as que temos hoje. No entanto, comprovamos que não é o poder escolher entre uma grande quantidade de opções o que nos leva à plenitude, mas a capacidade de escolher aquelas opções que nos conduzem a realizar nosso fim último.” (Mensagem de Plenilúnio 2011)

“Assumimos nossas Responsabilidades de acordo com o nosso estado de consciência” (Vida Espiritual, Responsabilidade).

Assumamos, então, a responsabilidade do que acontece conosco. Discirnamos o rumo que nos trouxe ao ponto onde estamos e trabalhemos para sobrepornos aos problemas que hoje nos afligem, tanto a nós individualmente como toda a sociedade” (A Obra de Cafh, Mensagem 2003, As prioridades, 2006).

“Ao desenvolver nossa empatia e nosso senso de participação reduzimos as margens que damos à nossa liberdade de ação para decidir e agir de forma independente. Da mesma maneira, nosso senso de responsabilidade se desenvolve desde o extremo de rejeitar qualquer compromisso até o de reconhecer que estamos comprometidos pelo simples fato de existirmos dentro de um conjunto. Este processo místico mostra que a ideia de liberdade também está em processo, que tão importante como a liberdade que os direitos humanos nos dão é a forma como usamos esses direitos diante do ineludível de viver em relação. Ao colocar a liberdade individual e os próprios direitos neste contexto, adquirem primazia a autoanálise e o autodomínio – o aspecto ascético – e o amor centrado no bem de todos – o aspecto místico – para decidir como exercemos nossos direitos e que uso fazemos de nossa liberdade” (A Obra de Cafh, Mensagem 2004, Participação, Amor e Empatia, 2006).

“Poderia ser que o exercício de liberdade se tornasse uma rede de causas e efeitos sobre a qual não temos controle e manejasse nossa vida com fios invisíveis para nós e, possivelmente com resultados dolorosos. Como precavernos de cair no labirinto criado pelo exercício da liberdade sem consciência das responsabilidades que esse exercício implica?

Do ponto de vista de nosso estado de consciência habituais, as limitações a nossa liberdade se nos apresentam como situações penosas, de perda de direitos que consideramos que nos cabem.

A ambivalência criada por duas atitudes irreconciliáveis tais como querer desenvolver-nos e continuar com o exercício de uma liberdade sem limites certos, é a causa de muitos desgostos.

Dentro do processo de união com a Divina Mãe, os conceitos de liberdade e responsabilidade estão intimamente unidos aos conceitos de autodomínio, autocontrole e limite no nosso agir.

Em outras palavras, pressupõe que possamos exercer nossa liberdade com consciência e autodomínio” (A Obra de Cafh, União Substancial com a Divina Mãe, 2006).

“Não sentimos que seja necessário antecipar sempre as consequências que nossas ações produzirão em outros e no meio. É assim que outorgamos a nós mesmos uma margem muito elástica de liberdade para decidir como viver, sentir e pensar.

E quando observamos, nós os interpretamos e atribuímos responsabilidade segundo nossa conveniência.

Enamoremo-nos da liberdade que nos dá superar os limites nos quais nos encerra a ignorância que alimentamos com nosso egoísmo” (Mensagens IV, Transmutar, 2005).

E é em nossa consciência que tem lugar a grande alquimia de todos os níveis de realidade (físico, mental, espiritual) e é onde se produz nosso desenvolvimento…E o reino de nossa consciência alcança o cosmos e também a União Substancial com a Divina Mãe” (Matizes da Oração, O Véu de Aheia e a Ressurreição de Hes, 2013).

“Alguns dos valores que promovem o adiantamento pessoal são a vontade, a responsabilidade, a inteligência e o trabalho. Alguns dos valores que impulsionam rumo à união divina são a empatia, o amor e a consciência.

A Ideia Mãe nos fala a cada um de nós ao ouvido e é responsabilidade de cada um responder à vocação que nos impulsiona a realizá-la” (A Obra de Cafh, A Ideia Mãe, 2006).

“Geralmente pensamos que somos livres quando nem pessoas nem situações nos obrigam a agir, sentir ou pensar de uma determinada forma. Raramente pensamos em nós como agentes que podem restringir nossa liberdade.

Dentro do processo de desenvolvimento que leva à união com a Divina Mãe, o foco primário de atenção no que diz respeito a nossas possibilidades de exercer nossa liberdade somos nós mesmos” (A Obra de Cafh, A União Substancial com a Divina Mãe, 2006).

“A liberdade exterior se exerce dentro dos limites marcados pela responsabilidade social e o sentido de participação.

Este domínio é a base do conhecimento de si mesmo e da liberdade que podemos exercer.

Precisamos meditar para aprender a pensar. Para pensar com liberdade, necessitamos nos treinar a pensar.

Cafh é um caminho de liberação interior! Busquemos ser almas interiormente livres para poder receber, sustentar e avançar no desenvolvimento da ideia da renúncia com a qual nos comprometemos a viver e transmitir” (Mensagem de Plenilúnio 2011).

“… A força que faz com que estas escolhas nos mantenham na senda eleita é um incontido amor à liberdade interior.

O anseio da liberdade é inerente ao ser humano. Junto com este anseio está o de dar sentido à própria vida. Que valor teria para nós a liberdade se ela não nos levasse aonde queremos ir? Buscamos liberdade para crescer, para explorar, para decidir, experimentar e desenvolver-nos; procuramos desenvolver todas as nossas possibilidades para irmos sempre além do que vislumbramos neste momento” (Mensagens VI, 2018).

“Através de uma vida disciplinada e de vivências místicas baseadas na renúncia a nós mesmos, damos força a essa alquimia e adotamos o desenvolvimento da consciência como o trabalho excelso de ajuda à humanidade. Nosso amor pela manifestação divina e o nosso apostolado de serviço às almas se desenvolvem neste nível.”

“Nossa tarefa não é mudar o mundo, mas é expandir o nosso próprio estado de consciência, mudar a partir de dentro. É um processo lento e trabalhoso e compromete toda nossas vidas. Nossa missão é entregar este bem a toda a humanidade. Nossa tarefa é purificar os nossos meios e os nossos fins” (Matizes da Oração, O Véu de Aheia e a Ressurreição de Hes, 2013).

 

2.7 Participação, Liberdade e Responsabilidade

“Exercemos nossa liberdade quando conseguimos pôr nossos olhos, nossa mente e nosso coração em nosso ideal de união com a Divina Mãe e enfocar, sem distrações, todo o nosso esforço para realizar uma vida de amor e de participação.” (Os Exercícios Ascéticos, A Atenção, 2000).

“O anseio de alcançar um amor real expande a nossa compreensão e amplia a nossa responsabilidade, impulsionando-nos a dar cada vez mais de nós mesmos, a ser melhores, a curar, a consolar, a participar. Nosso sentido de participação se amplia constantemente, como um horizonte que se desloca à medida que avançamos em sua direção. Começamos a cumprir nossa responsabilidade espiritual cuidando da qualidade de nossa vida interior, que é a fonte de todo sistema de relações. Não só nos sentimos responsáveis por nossas ações, como também pela atitude que nutre os nossos sentimentos e pensamentos.

A responsabilidade espiritual se desenvolve junto com o desenvolvimento de nossa consciência; não é uma condição estática, é um caminho a percorrer. Partimos de um estado de consciência em que nos centramos em nós mesmos, com um sentido de responsabilidade individual limitado a nossos interesses pessoais. Pouco a pouco, através de nossa experiência e o esforço para relacionar-nos e comunicar-nos, começamos a sair de nosso encerramento egoísta e vamos incluindo a sociedade em nossas ocupações. Esta expansão nos permite ver a pequenez de nossa problemática habitual dentro do âmbito do sofrimento coletivo” (A Arte de viver a relação, A relação com a responsabilidade, 2015).

“A conduta dos Filhos se desprende do espírito do Método e da Ensinança de Cafh, que ensinam o sentido de não posse, de responsabilidade e de participação” (Comentários à Doutrina, Ascética da Renúncia, 1994).

“À medida que logramos autoconhecimento e ampliamos nossa consciência, compreendemos nossa responsabilidade de participar integralmente da sociedade humana. O reconhecimento de que somos parte inseparável da humanidade é um processo que podemos estudar observando o desenvolvimento de nossa relação com a sociedade.

Simplificando esse processo, poderíamos dizer que enquanto nos sentimos alheios à sociedade e a olhamos desde fora, esperamos tudo dela. Depois, quando nos damos conta de que nossa vida é parte integral da humanidade e reconhecemos tudo que temos recebido dela, descobrimos nossa responsabilidade para com a sociedade e, em vez de credores da sociedade, sentimo-nos devedores dela.

Há três aspectos básicos em nosso trabalho para melhorar a sociedade:

  • Superar o personalismo.
  • Realizar em nós mesmos e em nosso entorno o bem e as mudanças que queremos para a humanidade.
  • Assumir a responsabilidade que nos cabe em aliviar os problemas humanos e em criar oportunidades de desenvolvimento” (A Arte de viver a relação, A relação com a sociedade, 2015).

 

2.8 A Liberdade como força propulsora de mudanças

“Compreendemos que a oferenda, nascida de uma profunda reverência e amor pela vida, não é um esforço esporádico, limitado pela ideia de obter algo em troca, senão que é o resultado de uma atitude participativa e humilde que nos localiza na realidade de ser e saber-nos uma alma entre as almas. Trabalhemos para que esta atitude interior se arraigue em nosso coração, para que a partir desse centro surja abundante força de realização. Sabemos que potencialmente contamos com a liberdade e a capacidade de fazer as mudanças que anelamos em nossa vida e no entorno. Demos um passo mais: assumamos o compromisso de realizar nossos sonhos na vida diária. Esta é a forma de gerar, além de uma transformação na qualidade da própria vida, a energia indispensável para transformar o mundo em um âmbito de maior equanimidade, equilíbrio e harmonia.

Façamos com que as experiências místicas, essas breves percepções de um estado de consciência mais expansivo, transformem-se em vivência com poder de concretização onde estejamos. Sabemos que com entusiasmo podemos chegar até certo ponto no caminho, mas, para ultrapassar essa porta, descobrir outro campo de possibilidades, é preciso um esforço e uma intenção que sejam nutridos pela vocação de renúncia. Cada um de nós determina até que cota do monte da vida decide ascender. Esta é a liberdade de que dispomos. Estendamos ao máximo nosso potencial humano para que alcancemos superar a resistência à mudança e possamos transformar sentimentos egoístas, limitados, em sentimentos egoentes, expansivos.

O compromisso que dá lugar a uma oferenda sustentada em tempo e intensidade é o que nasce da compreensão de que assumir a tarefa de desenvolver-se não é um trabalho a mais, é uma graça” (Mensagens VI, Compromisso com nossa oferenda de vida, Mensagem de Plenilunio 2008, 2018).

“Sentir gratidão é fundamental em nosso processo de desenvolvimento, induznos reconhecer o que recebemos dos outros e assumir a responsabilidade de também ajudarmos os outros.

Além do mais, frente ao que agora temos a nosso alcance, como não podemos sentir gratidão e profunda responsabilidade se tivermos em conta que, na atualidade, boa parte da humanidade carece até de água potável e suficiente alimento para poder viver, além de sofrer maltrato, discriminação, perseguição e morte?

.Sentir-nos agradecidos nos faz sentir responsáveis, melhora a relação que temos com os demais e, especialmente, a que temos com o que nos ocorre ao longo da vida.” (Práticas de Desenvolvimento, Gratidão, 2019)

 

2.9 Corpo e mente, liberdade e Responsabilidade

“Talvez a forma mais eficiente de avaliar nosso grau de liberdade seja observar em que medida exercemos domínio sobre nossa mente. No entanto, enquanto não sofremos grandes altos e baixos, enquanto a boa sorte nos acompanha, não nos preocupamos em avaliar nem nosso grau de liberdade nem de controle mental. A prova nos chega quando sofremos revezes, quando temos dificuldades nas relações interpessoais, quando temos problemas econômicos ou quando queremos meditar. É então que nos damos conta de que nosso capital humano individual é limitado por nossa falta de domínio sobre nossa mente e, em consequência, sobre nossa vontade.

O domínio da mente tem várias facetas: poder de concentração, clareza a respeito da relação entre o que conhecemos e o desconhecido, capacidade de análise, compreensão da relação entre causas e efeitos, memória, capacidade de hierarquizar ideias e também muitas outras. Os exercícios ascéticos, sejam de concentração, de meditação, práticas de oração, práticas devotas ou mesmo exercícios físicos, baseiam-se todos no domínio da mente através de sua exercitação e têm como finalidade capacitar-nos para poder viver como queremos viver. A ascética não é um fim em si mesma, mas um meio de desenvolver o domínio mental necessário para poder exercer nosso livre arbítrio com consciência e responsabilidade” (Os Exercícios Ascéticos, A prática da meditação, 2000).

“O corpo é um instrumento indispensável para o nosso desenvolvimento. Expressamo-nos, experimentamos e aprendemos através do nosso corpo. Por isso é tão necessário que a relação com o nosso corpo seja construtiva e esteja baseada no autocontrole e na responsabilidade.

A responsabilidade com respeito a nossa energia é pessoal porque o tempo de vida útil do corpo pode se encurtar de forma significativa se não prestamos atenção a nossos hábitos. Somos responsáveis de que nosso corpo nos renda todo seu potencial.

O domínio do corpo e a responsabilidade e o bom senso em seu cuidado, ajudam-nos a manter claro o objetivo espiritual de nossa vida, os valores que a sustentam e o sentido de participação em um mundo ao qual devemos nossa contribuição” (A Arte de viver a relação, A relação com nosso corpo, 2015).

 

2.10 Felicidade, Liberdade e Responsabilidade

“Um dos direitos fundamentais do ser humano é o de buscar livremente a felicidade.

A felicidade se encontra na vida tal como esta é. Buscá-la em uma vida isenta de dificuldades, incerteza e sofrimento é sonhar com o impossível.

A paz e a plenitude dependem da maneira como enfrentamos os grandes desafios e as possibilidades cotidianas.

Para alcançar a felicidade possível para nós, é fundamental que compreendamos que necessitamos enfrentar o desafio da vida fazendo-nos responsáveis por nossa vida.

Em nosso esforço para assumir essa responsabilidade, recorremos à orientação espiritual. Reconhecemos que necessitamos ajuda, conselho.

Cada um necessita enfrentar e resolver suas dificuldades.

A felicidade é gerada por nós mesmos, não nos chega de fora; ninguém pode dá-la a nós nem é obrigado a fazê-lo.

O primeiro passo para resolver uma dificuldade, então, é enfrentá-la e assumir toda a responsabilidade pela mesma.

Cada um tem que descobrir se orienta sua vida empós da satisfação de seus desejos ou para impulsar seu desenvolvimento espiritual.

E quanto mais adiantarmos em nosso desenvolvimento, mais aprenderemos a viver com serenidade e alegria profunda os obstáculos que a vida nos apresenta. Esta maneira de enfrentar a vida é a base de nossa felicidade” (Alocução Inicial 1988, A Busca da Felicidade).

 

3. QUANDO SE É LIVRE E RESPONSÁVEL:

Neste item cada uma das Filhas expõe, a partir de sua percepção pessoal, quando se é livre e responsável.

‘Quando ouve sua consciência, vive conscientemente cada instante, cada ato.

Quando se ama sem apegos, sem posses, sem preferências, incondicionalmente.

Quando deixa de ser o centro e expande seu olhar para o outro.

Quando julga com equanimidade, sem envolvimento emocional, mas com justiça e compaixão.

Quando nada impõe, nada impede, deixa a vida fluir como ela é.

Quando não se deixa atingir e releva ofensas, críticas, murmurações, preconceitos.

Quando se cresce nas diferenças, na dor, nas experiências.

Quando ocupa apenas seu lugar e não vive a vida dos outros.

Quando se é responsável, faz o que deve ser feito, dando o melhor de si sem esperar nada, apenas serve e oferenda.

Quando não teme os reveses, as mudanças, as impermanências da vida, e não culpa ninguém pelo que lhe acontece.

Cuida para não acrescentar mais dor a este mundo, sendo justo, generoso, flexível.

Quando se é consciente dos gastos não se deixa levar pelo supérfluo, pelos modismos, pelo ilusório. Sabe que onde há exagero, desperdício algo está faltando em outro lugar.

“É necessário dar tudo ao amor, absolutamente tudo” (Regulamento de Cafh, do Método, cap.24).’

 

 

 

‘Ao deixar o que nos ata e receber o que a vida nos coloca.

A Renuncia nos ensina a fluir na corrente da vida.

Ser livre é amar.

A liberdade real consiste em ser o que se é: um ser humano com infinita possibilidades.

Quando cumpro os compromissos assumidos por mim espontaneamente. Pois me libera para os próximos movimentos da vida, outro momento, novas possibilidades.

Quando nosso coração pulsa com o ritmo da vida, tomando e deixando, tal como pede, estamos respondendo ao chamado de união com a Divina Mãe.’

 

 

‘Toda vez que assumimos um compromisso com consciência, usufruindo do nosso estado de localização interior atenderemos ao que ali está comprometido, Isso é Responsabilidade. Podemos escolher se o faremos apontando as dificuldades ou reduzindo os possíveis atritos, com compreensão e aceitação. Isso é Liberdade. E ao exercitar tal Liberdade estaremos apresentando menor resistência ao fluir da Vida, desta forma, potencialmente, estaremos gerando uma vida de paz e harmonia.’

 

 

‘Quando se quebra a personalidade corrente, saindo da prisão mental de crer que não se pode ser feliz sem todos os conceitos preestabelecidos através de nossos hábitos, ideias e crenças.

Quando não se faz diferença entre o agradável e o desagradável, transformando o que nos acontece em meios para aprender, participar, tomar consciência e expandir o nosso amor.

Quando somos gratos por todos e tudo que nos rodeia, expandindo nosso sentido de interdependência e participação.’

 

 

‘Primeiro temos que entender o significado de Liberdade.

 

Podemos dividir a liberdade em 3 níveis:

  • liberdade física – direito de ir e vir.
  • liberdade mental – liberdade de pensar, se expressar, agir. Essa vem acompanhada de graus variados de responsabilidade.
  • liberdade espiritual – essa estamos descobrindo, engatinhando e deve ser acompanhada com muita responsabilidade, amor e renúncia.

Temos sempre a liberdade de escolha – escolha entre fortalecer a personalidade ou o desenvolvimento espiritual.

Devemos ter a ousadia de desenvolver a liberdade espiritual.

Que liberdade queremos ter?’

 

 

‘No Caminho Espiritual de Cafh a liberdade e a responsabilidade são princípios básicos para o desenvolvimento espiritual do ser e da humanidade. Liberdade e responsabilidade são uníssonas. Para se alcançar a verdadeira liberdade, a liberação interior, há que se fazer responsável pela vida, pelas relações, pelo processo de desenvolvimento espiritual, que é individual e também coletivo. Conscientes de que somos partes interligadas a um todo, nosso comportamento, nossas ações, pensamentos e sentimentos refletem neste todo. Neste sentido, ao buscarmos e trabalharmos pela expansão de nossa consciência, trabalhamos no contexto individual e influenciamos o contexto da humanidade, como parte deste.

A liberdade de escolhas, alinhada à consciência da nossa força transcendente, e à vontade de sermos uno na expressão divina que em tudo se manifesta, nos leva, na medida de nossa entrega, a agir e interagir com responsabilidade, colocando esta força à serviço da expansão espiritual de todo o manifestado, expressão do amor maior.’

 

 

A liberdade vem quando abro mão de estar em lugares com pessoas queridasme divertindo e escolho estar em casa, porque sei que é preciso escolher a minha saúde e da minha família.

Quando me dou conta de que é melhor estar em paz do que ter razão em uma discussão e simplesmente valido a idéia do outro.

A liberdade vem, quando acordo pela manhã agradecendo e já aberta para qualquer coisa que possa ter que enfrentar naquele dia, de bom ou de ruim e ainda assim, agradecendo novamente por ter conseguido terminar aquele dia bem e com saúde!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

Cafh. A Arte de Viver a Relação. 2015. Cafh. Alocução de Abertura 2010, 2015 e 2016 Cafh. Alocução de Encerramento 2018.

Cafh. A Obra de Cafh. 2006.

Cafh. A Relação. 2003.

Cafh. Comentários À Simbologia Arcaica. 2018.

Cafh. Comentários à Doutrina. 1994

Cafh. Espírito de Cafh. 2011

Cafh. Extratos das Alocuções 2005-2013

Cafh. Extratos de alocuções C.G.M. ll – 1997-1998

Cafh. Matizes da Oração. 2013

Cafh. Mensagem III. 2005.

Cafh. Mensagem lV 1995-2000. As dez Palavras do Desenvolvimento

Espiritual. 2005.

Cafh. Mensagem VI. 2018.

Cafh. Mensagens 2020, 2014 e 2011

Cafh. Método de Vida. 2009.

Cafh. Práticas do desenvolvimento. 2019.

Cafh. Vida Espiritual. 2012.

Cafh. Os Exercícios Ascéticos. 2000. Cafh. Retiro Anual – RA 2005-2006 (MP 2004)

Cafh. Retiro Anual 2015.

Da Mística e dos Estados da Consciência, Responsabilidade, 2014

WAXEMBERG, J. A Ascética da Renúncia. 9ª Ensinança. 1982.

 

LISTA DE ASSUNTOS

Princípios de Cafh

Liberdade e Responsabilidade

 

LISTA DE PALAVRAS CHAVE

Ascética Mística de Cafh

Autoconhecimento

Cafh

Consciência

Corpo e mente

Felicidade

Liberdade

Livre arbítrio

Mudanças

Obediência

Participação

Renúncia

Responsabilidade

Vocação Espiritual

 

GRUPO

DAMAS

  1. Ana Luzia Fregonazzi Bottecchia Senn
  2. Rosa Maria Lourenço Denaday
  3. Delza Anastácio Andrade
  4. Mariângela Almenara Rodrigues
  5. Scheilla Alcoforado Mendes
  6. Maria Ruth Paste
  7. Karina Buteri

 

 

 

À DAMA GRANDE MESTRE

TRABALHO ANUAL 2020

 

COMO VIVER A LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TÁVOLA 112 – DAMAS DE SOLITÁRIOS VITÓRIA ES – ZONA B / BR 2B

 

2020

 

 

Sumário

 

INTRODUÇÃO 3

1. CAFH, LIBERDADE E RESPONSABILIDADE 4

2- COMO VIVER A LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE NO MARCO DE CAFH? 5

2.1 Vocação Espiritual, Liberdade e Responsabilidade 5

2.2 Ascética Mística de Cafh: Liberdade e Responsabilidade 7

2.3 Obediência, Liberdade e Responsabilidade 9

2.4 Renúncia, Liberdade e Responsabilidade 10

2.5 Autoconhecimento, Liberdade e Responsabilidade 13

2.6 Consciência, livre arbítrio e responsabilidade 14

2.7 Participação, Liberdade e Responsabilidade 18

2.8 A Liberdade como força propulsora de mudanças 19

2.9 Corpo e mente, liberdade e Responsabilidade 21

2.10 Felicidade, Liberdade e Responsabilidade 22

3. QUANDO SE É LIVRE E RESPONSÁVEL: 22

REFERÊNCIAS 27

LISTA DE ASSUNTOS 28

LISTA DE PALAVRAS CHAVE 28

GRUPO 29

INTRODUÇÃO

Em princípio deve-se considerar a importância do trabalho em equipe, constante aprendizado que nos proporciona o Trabalho Anual. Neste sentido vale lembrar que:

“O trabalho em equipe se baseia em uma atitude aberta – livre de prevenções e auto justificações defensivas – para receber retroalimentação e em um compromisso firme que nos sustente quando houver dificuldades.

Cada um de nós é parte integral do grupo. O erro e o triunfo de qualquer um do grupo são o erro e o triunfo de todos os seus integrantes.

Nosso amor a todos os membros do grupo é a via pela qual corre a força que dá coesão e vida ao grupo. Cada um de nós é responsável pelo grupo e todos nós somos responsáveis por cada membro do grupo. Por isso é necessário que escutemos, validemos e perseveremos no trabalho em equipe.

O trabalho em equipe sobre o próprio grupo implica o desafio de superar os mesmos antagonismos e desencontros que existem entre os indivíduos na sociedade. É assim que o grupo tem que haver-se com os mesmos impulsos competitivos, agressivos e personalistas que cada um de nós traz consigo de sua história e de seu meio” (A obra de Cafh – A Vida em Harmonia – Mensagem 2001, 2006).

A partir deste ponto descreveremos em breves linhas o tema escolhido, as fontes consultadas e o conteúdo deste Trabalho Anual. O Trabalho Anual 2020 do Grupo de Damas e Cavaleiros de Solitários da Távola 112 de Vitória, ES, foi realizado visando levantar material disponível (nos arquivos dos Filhos deste grupo) nos cursos e ensinanças, e de retiros e mensagens, sobre os temas liberdade e responsabilidade, buscando relacionar os dois conceitos conforme entendimento e visão de Cafh. Vale destacar que alguns dos cursos/ensinanças, aqui descritos em parte, podem ter versões mais atualizadas.

Para tanto o material foi distribuído entre os componentes do grupo que fizeram uma seleção de textos, aqui destacados e referenciados, e consolidados nos itens conforme descrevemos abaixo.

No item 1. Cafh, Liberdade e Responsabilidade destaca-se a liberdade e a responsabilidade como princípios básicos do desenvolvimento espiritual, contidos na Doutrina de Cafh.

No item 2, ‘Como viver a liberdade com responsabilidade?’, a seleção de textos buscou vincular a ideia de liberdade com a de responsabilidade trazendo vários aspectos associados a estes conceitos. Desta forma este item foi subdividido em 10 subitens destacando-se dentre estes aspectos: autoconhecimento, consciência e livre-arbítrio, vocação espiritual, obediência, ascética mística de Cafh, renúncia, liberdade como mola propulsora de mudanças, participação, corpo e mente e felicidade.

No item 3 destacam-se atitudes de um ser livre e responsável, no qual os componentes do grupo expuseram livremente suas percepções acerca desta pergunta.

 

1. CAFH, LIBERDADE E RESPONSABILIDADE.

“Cafh, como caminho de desenvolvimento espiritual tem um marco que o determina, que é sua doutrina. Este marco se guia por princípios, por ideias norteadoras próprias, as quais refletem seus ideais espirituais.” (Extratos da Alocução de Abertura, 2012).

“Cafh oferece uma ensinança, um método e um cerimonial aos que buscam liberar-se interiormente, e convida a que cada um se desenvolva por si mesmo através desses meios.

Cafh proporciona a seus Filhos uma ensinança determinada, mas não impõe o dever de crer nela, senão que unicamente manda estudá-la.

Ao não fazer da Doutrina um artigo de fé, Cafh dá um caráter de absoluta liberdade e respeito à relação dos Filhos com seu caminho espiritual e dos Filhos entre si. Ensina os Filhos a se relacionarem com outros sem julgá-los nem pressioná-los para que mudem suas crenças. Também ensina que cada um tem a liberdade de cotejar suas crenças com sua experiência.

A Doutrina de Cafh dá a alma a liberdade interior que necessita para se relacionar diretamente com o divino, sem intermediários.” (Comentários à Doutrina, Caráter da Doutrina, Liberdade, 1994).

“Cafh nos insta a respeitar o conceito de que nossa liberdade termina onde começa a liberdade do próximo.

Cafh exorta cada indivíduo a reconhecer e cumprir a responsabilidade que lhe corresponde” (A Obra de Cafh, A Doutrina, 2006).

“Ao reconhecer a nossa participação na família humana, compreendemos o alcance que há de ter a nossa responsabilidade. Não tem maior sentido buscar a liberação particular dando as costas para a humanidade da qual nós somos uma parte inseparável” (Comentários À Simbologia Arcaica, Comentário Ensinanças 4 e 5, 2018).

“…necessitamos de nosso trabalho interior, de nossos companheiros de caminho, de toda a humanidade. Necessitamos aprender a amar o próximo sem reservas, necessitamos a retroalimentação dos que nos rodeiam, necessitamos compreender a nossa realidade: ser nas almas. Talvez a sobrevivência da humanidade dependa de compreendermos isto em toda a sua magnitude. E de nos darmos conta da responsabilidade que nos cabe nisso” (Matizes da Oração, O Véu de Aheia e a Ressurreição de Hes, 2013).

 

2- COMO VIVER A LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE NO MARCO DE CAFH?

2.1 Vocação Espiritual, Liberdade e Responsabilidade

“Nossa vida espiritual e a tarefa de viver são uma e a mesma coisa. O amor à liberdade interior sustenta a nossa vontade, inspira a nossa inteligência e nutre os nossos sentimentos. Damo-nos conta de que desenvolver-nos é equivalente a compreender-nos, a conhecer-nos e a melhorar as nossas relações em todos os níveis. Vemos que o fato de atender às demandas de nossa vocação, longe de nos tirar liberdade, possibilita-nos ser realmente livres, expressar o melhor de nós” (A Arte de Viver a Relação, A relação com a vocação,2015).

“A fidelidade à vocação espiritual expande o sentido de Responsabilidade, pois à medida que nos identificamos com a nossa vocação decrescem nossas desculpas para fugir da responsabilidade” (Método de Vida. Método individual exterior).

“Quanto mais aprofundamos nossa Responsabilidade, mais amplo é o contexto no qual consideramos as situações e mais restrito o âmbito de nosso livre arbítrio para responder a elas.” (Vida Espiritual, Responsabilidade, 2012).

“Quando aspiramos à realização espiritual vamos ao encontro da Responsabilidade” (A Relação, A relação com a responsabilidade, 2003).

“A alma de Renúncia não confunde liberdade exterior com Liberdade, nem obrigações com Responsabilidade. Somente pode ser livre um ser responsável.” (Ascética da Renuncia, Obediência,1982).

“Ao escolher o que queremos fazer de nossas vidas, sem pressões externas, somos livres para assumir o compromisso em nossa medida, de acordo com o que nosso discernimento nos indique. A consciência vocacional pede o que cada um de nós deu com total liberdade ao emitir nossos votos. Com paz interior, com convicção, poderemos ser consequentes no cumprimento de nossa missão e sem dúvida abriremos, a partir de nosso próprio fazer, novos sulcos de esperança e de realização para a humanidade. Continuemos velando, cada dia, para que a consciência de nossa vocação de oferenda, do compromisso que a vocação implica e da coerência que nos exige, rejam nossas vidas. Unamos nossa intenção e compromisso, formando uma corrente de amor, de consciência, de responsabilidade com a humanidade.

Um voto, pelo menos desde um ponto de vista humano, implica duas coisas: discernimento e responsabilidade.

Os votos expressam a graça divina e a responsabilidade vocacional.

A vida não é algo que nos acontece, senão que a construímos através de escolhas conscientes, de fidelidade à ensinança, de vida metódica, enfim, de um esforço consciente para desenvolver-nos. Esta necessidade de viver nossos votos de forma deliberada é a ideia fundamental que queremos transmitir e que sintetizamos no conceito responsabilidade vocacional” (Alocução Inicial 1986, Os Votos).

“Nossa tarefa é grande:

  • Respondamos à falta de amor que vemos no mundo através de nossa vocação de união com todas as almas.
  • Respondamos à violência, com nosso compromisso de gerar pensamentos e sentimentos de bem que superem o ódio que vemos na sociedade.
  • Respondamos à incompreensão, com o esforço por vivenciar em nosso entorno a aceitação sincera da diversidade.
  • Respondamos à dor do mundo, com o compromisso de expandir a consciência até que todos os nossos atos reflitam a compreensão de ser uma alma entre as almas” (Alocução de Encerramento 2008).

 

2.2 Ascética Mística de Cafh: Liberdade e Responsabilidade

“A partir de nossa perspectiva individual, abramos caminho, usando, inteligentemente, nosso livre arbítrio, nossa energia e as ferramentas que a Ascética e a Mística de Cafh nos oferecem. Aprofundemos este trabalho de abrir caminho com o nosso crescente sentido de Liberdade e Responsabilidade.” (Mensagem VI, Buscadores de liberdade interior, Mensagem de Plenilúnio 2011, 2018).

“Construamos a partir da diversidade, que é nossa fortaleza, limitando o exercício de nossa liberdade não só à condição de respeitar a liberdade dos demais, senão de aceitá-la reconhecendo as diferenças. A responsabilidade que nos cabe como Corpo Místico não nos permite dar lugar à separatividade. Passemos da etapa de só exigir direitos à do compromisso com o todo, de trabalhar pelo bem comum, com a certeza de que albergamos bens interiores inestimáveis, especialmente o chamado a dar-nos que nos marca um rumo claro a seguir na vida.” (Mensagens VI, Amor pelo desenvolvimento, Mensagem de Plenilúnio 2006, 2018).

“Nossa missão é de oferenda e o seu objetivo nos transcende. Ter clareza vocacional, fortaleza de propósitos e consciência da transcendência da missão que nos cabe cumprir, nos compromete a dirigir a nossa atenção e interesse para realizar um trabalho especifico, procurando não nos desviar de nosso objetivo. Compromete-nos a levar a cabo a principal obra social que, cedo ou tarde, todos os seres humanos temos que realizar: desenvolver-nos espiritualmente para expandir nossa consciência e, com ela, nossa compaixão e nosso sentido de responsabilidade individual e social” (Alocução de Encerramento 2010).

“Recordemos que nosso compromisso de oferenda há de se expressar em uma atitude de serviço a todas as almas. É esta nossa maneira de promover a Obra de Cafh dentro do Corpo Místico e na sociedade. Ampliemos a gama de possibilidades através de uma ação sinérgica que multiplique o resultado de nossa oferenda e desenvolva o potencial de nosso grupo.

Para que “nosso estar a serviço” seja efetivo, aprendamos de nós mesmos, de nossas debilidades e fortalezas, para compreender as debilidades e fortalezas daqueles aos quais temos que orientar espiritualmente e as de nossos companheiros e amigos espirituais que nos acompanham no trabalho que assumimos. Compreender nos torna compassivos e nos abre as portas ao amor” (Extratos das Alocuções 2005-2013).

“O desenvolvimento espiritual que nós podemos gerar está em nossa própria vida. A possibilidade que temos de criar um mundo melhor é fazer o trabalho para o qual viemos a esta terra: desenvolver-nos como individualidades egoentes. A forma de ajudar-nos uns aos outros é aprender a amar-nos sem julgamentos, sem preconceitos; aprender a aceitar-nos tal qual somos e colocar ênfase na própria mudança; aprender a dialogar para poder compartilhar o que pensamos e o que sentimos; aprender a receber retroalimentação para poder ter uma apreciação mais completa de como somos” (Matizes da Oração, Autoconhecimento, 2013).

“Deixemos de teorias. Voltemos à fonte. Trabalhemos a partir do real. Demos testemunhos. Esta é a nossa tarefa. A humanidade necessita deste passo” (Mensagem de Plenilunio 2020).

“Através da prática de um ascetismo inteligente, fruto da profunda convicção de contar com esta vida como única experiência, neste presente, podemos esculpir, com amorosa liberdade e detalhe, nossa obra mais importante: nós mesmos. Sem dúvida, o que dá sentido transcendente a esta obra é fazê-la por amor a todas as almas” (Extratos das Alocuções de Plenilúnio 2005-2013, Fortalecer nossas bases).

 

2.3 Obediência, Liberdade e Responsabilidade

“Sem a obediência, a liberdade é uma quimera. Sem liberdade, a obediência é uma escravidão” (Regulamento de Cafh, Capítulo vigésimo terceiro). “A Liberdade e a obediência são as forças que permitem à alma realizar suas possibilidades. Nossa paz e serenidade se assentam em saber que estamos acatando a voz de nossa consciência” (Guia Para Retiro Anual 2015/ Quinto Dia, Desenvolvimento).

“Os Filhos e Filhas de Cafh hão de estar sempre abertos para o futuro. […] As ensinanças conceituais devem dar, como fruto, uma liberdade mental ampla, espiritual. Tudo é possível, tudo está ao alcance das possibilidades do ser humano que se faz apto para transcender. Só a mente, quando coloca uma impossibilidade, cria obstáculos para essa realização” (Guia Para Retiro Anual 2015/ Quinto Dia, Desenvolvimento).

“Os filhos e filhas não havemos de esquecer de nos basear nos princípios fundamentais de nosso caminho os quais o caracteriza como um caminho de liberação interior.

Cumprir de forma cotidiana e com fatos concretos o princípio de Cafh que assinala que todos somos livres com pleno direito a exercer a liberdade de pensar sobre nossa vida sem interferência de outros, é um avanço indiscutível para a humanidade. Honrar com nosso modo de viver e comportar-nos, a consciência que temos desenvolvido de que este direito à liberdade implica responsabilidade completa pelo que fazemos, pensamos e decidimos demonstra maturidade, genuína espiritualidade e reverência pela vida.

Ser responsável é ter em conta que cada eleição implica um resultado determinado. Ser responsável é assumir, tão logo os tenhamos aceitado, os compromissos que abraçamos em nossa vida pessoal e como filhos e filhas de Cafh” (Alocução de Abertura, Assembleia de Plenilúnio 2015).

“Quem exerce o poder somente tem responsabilidades sem nenhum privilégio” (A Ascética da Renúncia, Obediência, 1982).

Se a Responsabilidade é “…algo exterior a nós, seria um fardo que carregamos com desconforto, que suportamos com esforço e da qual desejaríamos nos livrar. Mas somente podemos sentir que essa responsabilidade é uma carga quando nossa consciência de ser é a de um ente separado e independente” (Da Mística e dos Estados da Consciência, Responsabilidade, 2014).

 

2.4 Renúncia, Liberdade e Responsabilidade

“Será que pela renúncia à satisfação dos desejos encontramos a resposta a nosso anseio ancestral de liberdade?” (Matizes da Oração, O Estandarte, 2013).

“Compreendemos que a renúncia é a lei da vida: que não ter nada –superar o afã de possuir– é riqueza; que não ganhar nada –superar o agir de forma interesseira, ambição e o afã de impor-nos– é serenidade; que não ser nada – superar o afã desaparecer– é alcançar nossa identidade, ser na Divina Mãe através de todas as almas.” (Mensagens III, A Mística do Coração, 2005).

  • “Para poder oferendar nós temos que liberar-nos. “Nosso verdadeiro consolo é amar sem medida, é abraçar a vida e oferendar nos ao serviço de todas as almas. ‘O que significa abraçar a vida e oferendar nos ao serviço das almas?
  • Para poder oferendar a nossa vida, temos que possui-la primeiro, ser donos dela, conquistá-la. Para poder oferendar nos temos que liberar-nos” (Matizes da Oração, O Véu de Aheia e a Ressurreição de Hes, 2013).

“Se queremos compreender a Lei da Renúncia, necessitamos liberar-nos do apego ao que cremos entender dela. Definir a renúncia com nosso limitado entendimento, é fixar seus efeitos a um momento e a uma história pessoal, porque colocamos o limite de nossa percepção como fronteira ao nosso conhecimento. Negar a Renúncia porque não a entendemos ou porque não estamos dispostos a deixar de alimentar interesses que subordinam o bem comum a metas pessoais, é truncar as possibilidades de desenvolvimento do ser humano. Quando, em troca, não limitamos seu significado nem seu alcance ao que cada um de nós crê compreender, expandimos nosso entendimento e a vida se transforma em um campo fértil de aprendizagem. Demos, então, o passo necessário experimentando conscientemente os efeitos desta lei. Aceitemos a temporalidade da vida, a enfermidade, a velhice, as mudanças contínuas, como um fenômeno natural de nossa existência. Viver em sintonia com a renúncia é imprescindível para não ficarmos detidos com o vislumbre da liberdade interior que anelamos alcançar.” (Mensagens VI, Amor pelo desenvolvimento, Mensagem de Plenilúnio 2006, 2018 ).

“Exploremos nossa liberdade nesse campo: no presente, no real de nosso ser.

Encontramos a liberdade necessária para executar profundamente e para explorar o nosso terreno comum, para trabalhar juntos.

Quando não buscamos seguranças, quando não há afã por ter razão; quando não queremos ter todas as respostas, quando não nos atamos às idealizações, quando aceitamos plenamente a realidade e nos responsabilizamos por ela, saboreamos a nossa liberdade.

Nossa liberdade é interior. Não depende de nada mais do que de nós mesmos e de nossa capacidade de fazer-nos responsáveis por ela.

Nossa capacidade de fazer-nos responsáveis é a outra face de nossa liberdade. Liberdade e responsabilidade são a chave de nosso aprendizado.

Este binômio liberdade-responsabilidade é a mais genuína expressão da lei da renúncia” (Mensagem de Plenilúnio 2020).

“Renunciar sem condições é renunciar a nós mesmos. Isto produz uma mudança qualitativa em nosso desenvolvimento. O fruto dessa renúncia é, simplesmente, liberdade interior.

Estamos habituados a exercer liberdade para fazer ou conseguir o que desejamos e até mesmo lutamos por ela. Mas não é esta liberdade a que estamos nos referindo.

A liberdade interior se expressa especialmente em um juízo equânime.

A fixação no passado subjetivo que fomos construindo e nos impede de compreender as limitações, nossas e dos outros, aceitar e perdoar, apagar da nossa memória o registro dos agravos recebidos. Em outras palavras, impedenos de continuar crescendo interiormente e de viver com liberdade hoje.

Ao esquecer os juízos que fizemos sobre nós mesmos, somos livres para viver como escolhamos viver. Ao esquecer o juízo que fizemos sobre os demais, respeitamos sua liberdade de ser como eles querem ser. Desta maneira, promovemos a harmonia e a paz em nós e nos demais.

A liberdade interior que conseguimos pela renúncia a nós mesmos nos dá flexibilidade mental e capacidade para encontrar novos significados no que consideramos sabido.

Só a renúncia a nós mesmos nos abre o caminho para a eternidade, pois a liberdade interior que ela gera transmuta debilidade e medo em fortaleza intrínseca e uma personalidade contingente em verdadeira individualidade” (Mensagens IV – 1995-2000, As 10 palavras do Desenvolvimento Espiritual, Ousar, julgar e esquecer, 2005).

“Busquemos ser almas liberadas de nossas limitações interiores! Somente sendo interiormente livres podemos crescer em harmonia com o devenir.

Como buscadores de liberação interior, procuremos abrir espaços na abundância de idéias que impulsionam a humanidade em diferentes direções.

Necessitamos liberar-nos do sentido de posse e estar preparados para adaptar-nos imediata e espontaneamente a qualquer mudança e condição que nos afete.

Isto nos permite viver plenamente o que a vida nos brinda e, ao mesmo tempo, ter liberdade de deixar tudo em qualquer momento.

Necessitamos liberar-nos do temor que tende a provocar a incerteza. Para poder desenvolver-nos necessitamos apoiar-nos sobre a confiança em nós mesmos, em nossos valores como buscadores de liberdade interior… Necessitamos liberar-nos da necessidade de querer ser como aqueles que idealizamos.

Ao deixar de buscar um lugar de protagonismo, nós nos permitimos ser em liberdade.

O fruto da vida espiritual é a liberação interior. Queira a Divina Mãe concedernos a graça de manter sempre vivo em nós o espírito de buscador para que, atentos e alertas ao verdadeiro sentido da existência possamos ser plenamente livres para viver e transmitir a ideia da renúncia” (Mensagens VI, Buscadores de liberdade interior, Mensagem de Plenilúnio 2011).

“É essencial o reconhecimento de nossa responsabilidade para poder gerar a força de vontade para a mudança. E por isso que é tão importante trabalhar sobre a liberdade interior.

Não buscamos ser honestos para ser “melhores”, mas para alcançar a liberdade interior que possibilita a expansão de nossa consciência e com ela, a participação consciente com tudo o que existe.

Sem lugar para dúvidas, a humanidade vai evoluindo e a régua com que se mediam os fatos no passado não é a de hoje. Isto não significa desconhecer a responsabilidade pelos atos passados. Muito pelo contrário, devemos assumir as consequências do fato e é nossa responsabilidade procurar atenuar os efeitos do que provocamos” (Alocução de Abertura 2016).

 

2.5 Autoconhecimento, Liberdade e Responsabilidade.

“O processo de conseguir liberdade interior consiste, de certo ponto de vista, em desenvolver o hábito de ir além do que conhecemos. Como poderíamos transcender nossas limitações se não estivéssemos dispostos a revisar nossa visão de nós mesmos, do mundo e da vida?” (Os Exercícios Ascéticos, A Meditação Discursiva e a Imaginação, 2000).

A liberdade está vinculada ao autoconhecimento. A sociedade só pode nos garantir a liberdade exterior, individual. Mas a verdadeira liberdade se consegue através da liberdade interior. Esta liberdade interior vem do “… domínio sobre a nossa vontade, conhecer a nossa força interior e cultivá-la, conhecer as nossas limitações e esforçar-nos para superá-las e também saber respeitar a liberdade alheia’. Para isto é necessário o ‘autoconhecimento, o desejo de aprender e saber e o desenvolvimento do senso de responsabilidade” (Matizes da Oração, Ensinança Autoconhecimento, 2013).

 

A base do conhecimento de nós mesmos encontra-se em buscar compreender a própria vida, reconhecer nossa ignorância de não saber, desejar saber, e necessitar amar com todo nosso coração.

 

“…todo o nosso trabalho está assentado sobre o aprofundamento de nossa vida interior. É aí que devemos buscar a nossa fonte de inspiração, a nossa força, o impulso para a busca da liberdade interior .”(Extrato da Alocução de Abertura 2011).

“Permaneçamos fixos em nosso templo interior, não percamos de vista o nosso destino transcendente, o qual nos permite que a nossa vontade responda à nossa consciência. O fruto desta fixação é uma expansiva e transformadora liberdade interior.

“…aceitar o desafio de renovar, dia a dia, o entusiasmo para fazer de nosso coração um templo, um centro espiritual que não somente irradie paz e plenitude, mas que também possa transmitir o sentir de uma vida dedicada à busca da liberação interior, para que esse sentir possa alimentar todas as almas.” (Alocução de Encerramento 2011).

 

2.6 Consciência, livre arbítrio e responsabilidade

“Por ter consciência, somos responsáveis.

Por ter livre arbítrio, decidimos como responder as nossas Responsabilidades” (Vida Espiritual, Responsabilidade).

“O livre arbítrio é o dom por excelência que os seres humanos possuímos que nos ajuda a trabalhar interiormente para o desenvolvimento da vontade, o domínio de nós mesmos e a liberdade interior para alcançar a expansão de nosso estado de consciência” (Guia Para Retiro Anual 2015/ Quinto Dia, Desenvolvimento).

“Contextualizemos nossa liberdade em exercer nosso livre-arbítrio, especialmente quando nos leva a transcender limites para ampliar nossas possibilidades. Tomemos, então, consciência da existência desses limites. Reconheçamos nosso nível de dependência das circunstâncias, da busca de reconhecimento, da necessidade de ocupar um lugar preferencial, de obter privilégios. Quando escolhermos, façamo-lo com plena consciência. Tomemos consciência de que temos liberdade para escolher, especialmente, de que podemos escolher dar-nos.” (Mensagens VI, Amor por nosso Caminho, 2018). “A liberdade interior não se consegue pela força, nem se alcança através da posse e do poder. A liberdade interior é fruto do renunciamento de si mesmo.” (Guia Para Retiro Anual 2015/ Quarto Dia, Desenvolvimento).

“O ser humano é intrinsecamente livre para pensar, sentir, e atuar como escolha fazê-lo, mas nunca antes tantos seres humanos tiveram a possibilidade de escolha entre tantas opções, em todos os campos, como as que temos hoje. No entanto, comprovamos que não é o poder escolher entre uma grande quantidade de opções o que nos leva à plenitude, mas a capacidade de escolher aquelas opções que nos conduzem a realizar nosso fim último.” (Mensagem de Plenilúnio 2011)

“Assumimos nossas Responsabilidades de acordo com o nosso estado de consciência” (Vida Espiritual, Responsabilidade).

Assumamos, então, a responsabilidade do que acontece conosco. Discirnamos o rumo que nos trouxe ao ponto onde estamos e trabalhemos para sobrepornos aos problemas que hoje nos afligem, tanto a nós individualmente como toda a sociedade” (A Obra de Cafh, Mensagem 2003, As prioridades, 2006).

“Ao desenvolver nossa empatia e nosso senso de participação reduzimos as margens que damos à nossa liberdade de ação para decidir e agir de forma independente. Da mesma maneira, nosso senso de responsabilidade se desenvolve desde o extremo de rejeitar qualquer compromisso até o de reconhecer que estamos comprometidos pelo simples fato de existirmos dentro de um conjunto. Este processo místico mostra que a ideia de liberdade também está em processo, que tão importante como a liberdade que os direitos humanos nos dão é a forma como usamos esses direitos diante do ineludível de viver em relação. Ao colocar a liberdade individual e os próprios direitos neste contexto, adquirem primazia a autoanálise e o autodomínio – o aspecto ascético – e o amor centrado no bem de todos – o aspecto místico – para decidir como exercemos nossos direitos e que uso fazemos de nossa liberdade” (A Obra de Cafh, Mensagem 2004, Participação, Amor e Empatia, 2006).

“Poderia ser que o exercício de liberdade se tornasse uma rede de causas e efeitos sobre a qual não temos controle e manejasse nossa vida com fios invisíveis para nós e, possivelmente com resultados dolorosos. Como precavernos de cair no labirinto criado pelo exercício da liberdade sem consciência das responsabilidades que esse exercício implica?

Do ponto de vista de nosso estado de consciência habituais, as limitações a nossa liberdade se nos apresentam como situações penosas, de perda de direitos que consideramos que nos cabem.

A ambivalência criada por duas atitudes irreconciliáveis tais como querer desenvolver-nos e continuar com o exercício de uma liberdade sem limites certos, é a causa de muitos desgostos.

Dentro do processo de união com a Divina Mãe, os conceitos de liberdade e responsabilidade estão intimamente unidos aos conceitos de autodomínio, autocontrole e limite no nosso agir.

Em outras palavras, pressupõe que possamos exercer nossa liberdade com consciência e autodomínio” (A Obra de Cafh, União Substancial com a Divina Mãe, 2006).

“Não sentimos que seja necessário antecipar sempre as consequências que nossas ações produzirão em outros e no meio. É assim que outorgamos a nós mesmos uma margem muito elástica de liberdade para decidir como viver, sentir e pensar.

E quando observamos, nós os interpretamos e atribuímos responsabilidade segundo nossa conveniência.

Enamoremo-nos da liberdade que nos dá superar os limites nos quais nos encerra a ignorância que alimentamos com nosso egoísmo” (Mensagens IV, Transmutar, 2005).

E é em nossa consciência que tem lugar a grande alquimia de todos os níveis de realidade (físico, mental, espiritual) e é onde se produz nosso desenvolvimento…E o reino de nossa consciência alcança o cosmos e também a União Substancial com a Divina Mãe” (Matizes da Oração, O Véu de Aheia e a Ressurreição de Hes, 2013).

“Alguns dos valores que promovem o adiantamento pessoal são a vontade, a responsabilidade, a inteligência e o trabalho. Alguns dos valores que impulsionam rumo à união divina são a empatia, o amor e a consciência.

A Ideia Mãe nos fala a cada um de nós ao ouvido e é responsabilidade de cada um responder à vocação que nos impulsiona a realizá-la” (A Obra de Cafh, A Ideia Mãe, 2006).

“Geralmente pensamos que somos livres quando nem pessoas nem situações nos obrigam a agir, sentir ou pensar de uma determinada forma. Raramente pensamos em nós como agentes que podem restringir nossa liberdade.

Dentro do processo de desenvolvimento que leva à união com a Divina Mãe, o foco primário de atenção no que diz respeito a nossas possibilidades de exercer nossa liberdade somos nós mesmos” (A Obra de Cafh, A União Substancial com a Divina Mãe, 2006).

“A liberdade exterior se exerce dentro dos limites marcados pela responsabilidade social e o sentido de participação.

Este domínio é a base do conhecimento de si mesmo e da liberdade que podemos exercer.

Precisamos meditar para aprender a pensar. Para pensar com liberdade, necessitamos nos treinar a pensar.

Cafh é um caminho de liberação interior! Busquemos ser almas interiormente livres para poder receber, sustentar e avançar no desenvolvimento da ideia da renúncia com a qual nos comprometemos a viver e transmitir” (Mensagem de Plenilúnio 2011).

“… A força que faz com que estas escolhas nos mantenham na senda eleita é um incontido amor à liberdade interior.

O anseio da liberdade é inerente ao ser humano. Junto com este anseio está o de dar sentido à própria vida. Que valor teria para nós a liberdade se ela não nos levasse aonde queremos ir? Buscamos liberdade para crescer, para explorar, para decidir, experimentar e desenvolver-nos; procuramos desenvolver todas as nossas possibilidades para irmos sempre além do que vislumbramos neste momento” (Mensagens VI, 2018).

“Através de uma vida disciplinada e de vivências místicas baseadas na renúncia a nós mesmos, damos força a essa alquimia e adotamos o desenvolvimento da consciência como o trabalho excelso de ajuda à humanidade. Nosso amor pela manifestação divina e o nosso apostolado de serviço às almas se desenvolvem neste nível.”

“Nossa tarefa não é mudar o mundo, mas é expandir o nosso próprio estado de consciência, mudar a partir de dentro. É um processo lento e trabalhoso e compromete toda nossas vidas. Nossa missão é entregar este bem a toda a humanidade. Nossa tarefa é purificar os nossos meios e os nossos fins” (Matizes da Oração, O Véu de Aheia e a Ressurreição de Hes, 2013).

 

2.7 Participação, Liberdade e Responsabilidade

“Exercemos nossa liberdade quando conseguimos pôr nossos olhos, nossa mente e nosso coração em nosso ideal de união com a Divina Mãe e enfocar, sem distrações, todo o nosso esforço para realizar uma vida de amor e de participação.” (Os Exercícios Ascéticos, A Atenção, 2000).

“O anseio de alcançar um amor real expande a nossa compreensão e amplia a nossa responsabilidade, impulsionando-nos a dar cada vez mais de nós mesmos, a ser melhores, a curar, a consolar, a participar. Nosso sentido de participação se amplia constantemente, como um horizonte que se desloca à medida que avançamos em sua direção. Começamos a cumprir nossa responsabilidade espiritual cuidando da qualidade de nossa vida interior, que é a fonte de todo sistema de relações. Não só nos sentimos responsáveis por nossas ações, como também pela atitude que nutre os nossos sentimentos e pensamentos.

A responsabilidade espiritual se desenvolve junto com o desenvolvimento de nossa consciência; não é uma condição estática, é um caminho a percorrer. Partimos de um estado de consciência em que nos centramos em nós mesmos, com um sentido de responsabilidade individual limitado a nossos interesses pessoais. Pouco a pouco, através de nossa experiência e o esforço para relacionar-nos e comunicar-nos, começamos a sair de nosso encerramento egoísta e vamos incluindo a sociedade em nossas ocupações. Esta expansão nos permite ver a pequenez de nossa problemática habitual dentro do âmbito do sofrimento coletivo” (A Arte de viver a relação, A relação com a responsabilidade, 2015).

“A conduta dos Filhos se desprende do espírito do Método e da Ensinança de Cafh, que ensinam o sentido de não posse, de responsabilidade e de participação” (Comentários à Doutrina, Ascética da Renúncia, 1994).

“À medida que logramos autoconhecimento e ampliamos nossa consciência, compreendemos nossa responsabilidade de participar integralmente da sociedade humana. O reconhecimento de que somos parte inseparável da humanidade é um processo que podemos estudar observando o desenvolvimento de nossa relação com a sociedade.

Simplificando esse processo, poderíamos dizer que enquanto nos sentimos alheios à sociedade e a olhamos desde fora, esperamos tudo dela. Depois, quando nos damos conta de que nossa vida é parte integral da humanidade e reconhecemos tudo que temos recebido dela, descobrimos nossa responsabilidade para com a sociedade e, em vez de credores da sociedade, sentimo-nos devedores dela.

Há três aspectos básicos em nosso trabalho para melhorar a sociedade:

  • Superar o personalismo.
  • Realizar em nós mesmos e em nosso entorno o bem e as mudanças que queremos para a humanidade.
  • Assumir a responsabilidade que nos cabe em aliviar os problemas humanos e em criar oportunidades de desenvolvimento” (A Arte de viver a relação, A relação com a sociedade, 2015).

 

2.8 A Liberdade como força propulsora de mudanças

“Compreendemos que a oferenda, nascida de uma profunda reverência e amor pela vida, não é um esforço esporádico, limitado pela ideia de obter algo em troca, senão que é o resultado de uma atitude participativa e humilde que nos localiza na realidade de ser e saber-nos uma alma entre as almas. Trabalhemos para que esta atitude interior se arraigue em nosso coração, para que a partir desse centro surja abundante força de realização. Sabemos que potencialmente contamos com a liberdade e a capacidade de fazer as mudanças que anelamos em nossa vida e no entorno. Demos um passo mais: assumamos o compromisso de realizar nossos sonhos na vida diária. Esta é a forma de gerar, além de uma transformação na qualidade da própria vida, a energia indispensável para transformar o mundo em um âmbito de maior equanimidade, equilíbrio e harmonia.

Façamos com que as experiências místicas, essas breves percepções de um estado de consciência mais expansivo, transformem-se em vivência com poder de concretização onde estejamos. Sabemos que com entusiasmo podemos chegar até certo ponto no caminho, mas, para ultrapassar essa porta, descobrir outro campo de possibilidades, é preciso um esforço e uma intenção que sejam nutridos pela vocação de renúncia. Cada um de nós determina até que cota do monte da vida decide ascender. Esta é a liberdade de que dispomos. Estendamos ao máximo nosso potencial humano para que alcancemos superar a resistência à mudança e possamos transformar sentimentos egoístas, limitados, em sentimentos egoentes, expansivos.

O compromisso que dá lugar a uma oferenda sustentada em tempo e intensidade é o que nasce da compreensão de que assumir a tarefa de desenvolver-se não é um trabalho a mais, é uma graça” (Mensagens VI, Compromisso com nossa oferenda de vida, Mensagem de Plenilunio 2008, 2018).

“Sentir gratidão é fundamental em nosso processo de desenvolvimento, induznos reconhecer o que recebemos dos outros e assumir a responsabilidade de também ajudarmos os outros.

Além do mais, frente ao que agora temos a nosso alcance, como não podemos sentir gratidão e profunda responsabilidade se tivermos em conta que, na atualidade, boa parte da humanidade carece até de água potável e suficiente alimento para poder viver, além de sofrer maltrato, discriminação, perseguição e morte?

.Sentir-nos agradecidos nos faz sentir responsáveis, melhora a relação que temos com os demais e, especialmente, a que temos com o que nos ocorre ao longo da vida.” (Práticas de Desenvolvimento, Gratidão, 2019)

 

2.9 Corpo e mente, liberdade e Responsabilidade

“Talvez a forma mais eficiente de avaliar nosso grau de liberdade seja observar em que medida exercemos domínio sobre nossa mente. No entanto, enquanto não sofremos grandes altos e baixos, enquanto a boa sorte nos acompanha, não nos preocupamos em avaliar nem nosso grau de liberdade nem de controle mental. A prova nos chega quando sofremos revezes, quando temos dificuldades nas relações interpessoais, quando temos problemas econômicos ou quando queremos meditar. É então que nos damos conta de que nosso capital humano individual é limitado por nossa falta de domínio sobre nossa mente e, em consequência, sobre nossa vontade.

O domínio da mente tem várias facetas: poder de concentração, clareza a respeito da relação entre o que conhecemos e o desconhecido, capacidade de análise, compreensão da relação entre causas e efeitos, memória, capacidade de hierarquizar ideias e também muitas outras. Os exercícios ascéticos, sejam de concentração, de meditação, práticas de oração, práticas devotas ou mesmo exercícios físicos, baseiam-se todos no domínio da mente através de sua exercitação e têm como finalidade capacitar-nos para poder viver como queremos viver. A ascética não é um fim em si mesma, mas um meio de desenvolver o domínio mental necessário para poder exercer nosso livre arbítrio com consciência e responsabilidade” (Os Exercícios Ascéticos, A prática da meditação, 2000).

“O corpo é um instrumento indispensável para o nosso desenvolvimento. Expressamo-nos, experimentamos e aprendemos através do nosso corpo. Por isso é tão necessário que a relação com o nosso corpo seja construtiva e esteja baseada no autocontrole e na responsabilidade.

A responsabilidade com respeito a nossa energia é pessoal porque o tempo de vida útil do corpo pode se encurtar de forma significativa se não prestamos atenção a nossos hábitos. Somos responsáveis de que nosso corpo nos renda todo seu potencial.

O domínio do corpo e a responsabilidade e o bom senso em seu cuidado, ajudam-nos a manter claro o objetivo espiritual de nossa vida, os valores que a sustentam e o sentido de participação em um mundo ao qual devemos nossa contribuição” (A Arte de viver a relação, A relação com nosso corpo, 2015).

 

2.10 Felicidade, Liberdade e Responsabilidade

“Um dos direitos fundamentais do ser humano é o de buscar livremente a felicidade.

A felicidade se encontra na vida tal como esta é. Buscá-la em uma vida isenta de dificuldades, incerteza e sofrimento é sonhar com o impossível.

A paz e a plenitude dependem da maneira como enfrentamos os grandes desafios e as possibilidades cotidianas.

Para alcançar a felicidade possível para nós, é fundamental que compreendamos que necessitamos enfrentar o desafio da vida fazendo-nos responsáveis por nossa vida.

Em nosso esforço para assumir essa responsabilidade, recorremos à orientação espiritual. Reconhecemos que necessitamos ajuda, conselho.

Cada um necessita enfrentar e resolver suas dificuldades.

A felicidade é gerada por nós mesmos, não nos chega de fora; ninguém pode dá-la a nós nem é obrigado a fazê-lo.

O primeiro passo para resolver uma dificuldade, então, é enfrentá-la e assumir toda a responsabilidade pela mesma.

Cada um tem que descobrir se orienta sua vida empós da satisfação de seus desejos ou para impulsar seu desenvolvimento espiritual.

E quanto mais adiantarmos em nosso desenvolvimento, mais aprenderemos a viver com serenidade e alegria profunda os obstáculos que a vida nos apresenta. Esta maneira de enfrentar a vida é a base de nossa felicidade” (Alocução Inicial 1988, A Busca da Felicidade).

 

3. QUANDO SE É LIVRE E RESPONSÁVEL:

Neste item cada uma das Filhas expõe, a partir de sua percepção pessoal, quando se é livre e responsável.

‘Quando ouve sua consciência, vive conscientemente cada instante, cada ato.

Quando se ama sem apegos, sem posses, sem preferências, incondicionalmente.

Quando deixa de ser o centro e expande seu olhar para o outro.

Quando julga com equanimidade, sem envolvimento emocional, mas com justiça e compaixão.

Quando nada impõe, nada impede, deixa a vida fluir como ela é.

Quando não se deixa atingir e releva ofensas, críticas, murmurações, preconceitos.

Quando se cresce nas diferenças, na dor, nas experiências.

Quando ocupa apenas seu lugar e não vive a vida dos outros.

Quando se é responsável, faz o que deve ser feito, dando o melhor de si sem esperar nada, apenas serve e oferenda.

Quando não teme os reveses, as mudanças, as impermanências da vida, e não culpa ninguém pelo que lhe acontece.

Cuida para não acrescentar mais dor a este mundo, sendo justo, generoso, flexível.

Quando se é consciente dos gastos não se deixa levar pelo supérfluo, pelos modismos, pelo ilusório. Sabe que onde há exagero, desperdício algo está faltando em outro lugar.

“É necessário dar tudo ao amor, absolutamente tudo” (Regulamento de Cafh, do Método, cap.24).’

 

 

 

‘Ao deixar o que nos ata e receber o que a vida nos coloca.

A Renuncia nos ensina a fluir na corrente da vida.

Ser livre é amar.

A liberdade real consiste em ser o que se é: um ser humano com infinita possibilidades.

Quando cumpro os compromissos assumidos por mim espontaneamente. Pois me libera para os próximos movimentos da vida, outro momento, novas possibilidades.

Quando nosso coração pulsa com o ritmo da vida, tomando e deixando, tal como pede, estamos respondendo ao chamado de união com a Divina Mãe.’

 

 

‘Toda vez que assumimos um compromisso com consciência, usufruindo do nosso estado de localização interior atenderemos ao que ali está comprometido, Isso é Responsabilidade. Podemos escolher se o faremos apontando as dificuldades ou reduzindo os possíveis atritos, com compreensão e aceitação. Isso é Liberdade. E ao exercitar tal Liberdade estaremos apresentando menor resistência ao fluir da Vida, desta forma, potencialmente, estaremos gerando uma vida de paz e harmonia.’

 

 

‘Quando se quebra a personalidade corrente, saindo da prisão mental de crer que não se pode ser feliz sem todos os conceitos preestabelecidos através de nossos hábitos, ideias e crenças.

Quando não se faz diferença entre o agradável e o desagradável, transformando o que nos acontece em meios para aprender, participar, tomar consciência e expandir o nosso amor.

Quando somos gratos por todos e tudo que nos rodeia, expandindo nosso sentido de interdependência e participação.’

 

 

‘Primeiro temos que entender o significado de Liberdade.

 

Podemos dividir a liberdade em 3 níveis:

  • liberdade física – direito de ir e vir.
  • liberdade mental – liberdade de pensar, se expressar, agir. Essa vem acompanhada de graus variados de responsabilidade.
  • liberdade espiritual – essa estamos descobrindo, engatinhando e deve ser acompanhada com muita responsabilidade, amor e renúncia.

Temos sempre a liberdade de escolha – escolha entre fortalecer a personalidade ou o desenvolvimento espiritual.

Devemos ter a ousadia de desenvolver a liberdade espiritual.

Que liberdade queremos ter?’

 

 

‘No Caminho Espiritual de Cafh a liberdade e a responsabilidade são princípios básicos para o desenvolvimento espiritual do ser e da humanidade. Liberdade e responsabilidade são uníssonas. Para se alcançar a verdadeira liberdade, a liberação interior, há que se fazer responsável pela vida, pelas relações, pelo processo de desenvolvimento espiritual, que é individual e também coletivo. Conscientes de que somos partes interligadas a um todo, nosso comportamento, nossas ações, pensamentos e sentimentos refletem neste todo. Neste sentido, ao buscarmos e trabalharmos pela expansão de nossa consciência, trabalhamos no contexto individual e influenciamos o contexto da humanidade, como parte deste.

A liberdade de escolhas, alinhada à consciência da nossa força transcendente, e à vontade de sermos uno na expressão divina que em tudo se manifesta, nos leva, na medida de nossa entrega, a agir e interagir com responsabilidade, colocando esta força à serviço da expansão espiritual de todo o manifestado, expressão do amor maior.’

 

 

A liberdade vem quando abro mão de estar em lugares com pessoas queridasme divertindo e escolho estar em casa, porque sei que é preciso escolher a minha saúde e da minha família.

Quando me dou conta de que é melhor estar em paz do que ter razão em uma discussão e simplesmente valido a idéia do outro.

A liberdade vem, quando acordo pela manhã agradecendo e já aberta para qualquer coisa que possa ter que enfrentar naquele dia, de bom ou de ruim e ainda assim, agradecendo novamente por ter conseguido terminar aquele dia bem e com saúde!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

Cafh. A Arte de Viver a Relação. 2015. Cafh. Alocução de Abertura 2010, 2015 e 2016 Cafh. Alocução de Encerramento 2018.

Cafh. A Obra de Cafh. 2006.

Cafh. A Relação. 2003.

Cafh. Comentários À Simbologia Arcaica. 2018.

Cafh. Comentários à Doutrina. 1994

Cafh. Espírito de Cafh. 2011

Cafh. Extratos das Alocuções 2005-2013

Cafh. Extratos de alocuções C.G.M. ll – 1997-1998

Cafh. Matizes da Oração. 2013

Cafh. Mensagem III. 2005.

Cafh. Mensagem lV 1995-2000. As dez Palavras do Desenvolvimento

Espiritual. 2005.

Cafh. Mensagem VI. 2018.

Cafh. Mensagens 2020, 2014 e 2011

Cafh. Método de Vida. 2009.

Cafh. Práticas do desenvolvimento. 2019.

Cafh. Vida Espiritual. 2012.

Cafh. Os Exercícios Ascéticos. 2000. Cafh. Retiro Anual – RA 2005-2006 (MP 2004)

Cafh. Retiro Anual 2015.

Da Mística e dos Estados da Consciência, Responsabilidade, 2014

WAXEMBERG, J. A Ascética da Renúncia. 9ª Ensinança. 1982.

 

LISTA DE ASSUNTOS

Princípios de Cafh

Liberdade e Responsabilidade

 

LISTA DE PALAVRAS CHAVE

Ascética Mística de Cafh

Autoconhecimento

Cafh

Consciência

Corpo e mente

Felicidade

Liberdade

Livre arbítrio

Mudanças

Obediência

Participação

Renúncia

Responsabilidade

Vocação Espiritual

 

GRUPO

DAMAS

  1. Ana Luzia Fregonazzi Bottecchia Senn
  2. Rosa Maria Lourenço Denaday
  3. Delza Anastácio Andrade
  4. Mariângela Almenara Rodrigues
  5. Scheilla Alcoforado Mendes
  6. Maria Ruth Paste
  7. Karina Buteri

 

 

 

À DAMA GRANDE MESTRE

TRABALHO ANUAL 2020

COMO VIVER A LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE?

TÁVOLA 112 – DAMAS DE SOLITÁRIOS VITÓRIA ES – ZONA B / BR 2B

2020

Sumário

INTRODUÇÃO

1. CAFH, LIBERDADE E RESPONSABILIDADE

2- COMO VIVER A LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE NO MARCO DE CAFH?

2.1 Vocação Espiritual, Liberdade e Responsabilidade

2.2 Ascética Mística de Cafh: Liberdade e Responsabilidade

2.3 Obediência, Liberdade e Responsabilidade

2.4 Renúncia, Liberdade e Responsabilidade

2.5 Autoconhecimento, Liberdade e Responsabilidade

2.6 Consciência, livre arbítrio e responsabilidade

2.7 Participação, Liberdade e Responsabilidade

2.8 A Liberdade como força propulsora de mudanças

2.9 Corpo e mente, liberdade e Responsabilidade

2.10 Felicidade, Liberdade e Responsabilidade

3. QUANDO SE É LIVRE E RESPONSÁVEL:

REFERÊNCIAS

LISTA DE ASSUNTOS 

LISTA DE PALAVRAS CHAVE

GRUPO

INTRODUÇÃO

Em princípio deve-se considerar a importância do trabalho em equipe, constante aprendizado que nos proporciona o Trabalho Anual. Neste sentido vale lembrar que:

“O trabalho em equipe se baseia em uma atitude aberta – livre de prevenções e auto justificações defensivas – para receber retroalimentação e em um compromisso firme que nos sustente quando houver dificuldades.

Cada um de nós é parte integral do grupo. O erro e o triunfo de qualquer um do grupo são o erro e o triunfo de todos os seus integrantes.

Nosso amor a todos os membros do grupo é a via pela qual corre a força que dá coesão e vida ao grupo. Cada um de nós é responsável pelo grupo e todos nós somos responsáveis por cada membro do grupo. Por isso é necessário que escutemos, validemos e perseveremos no trabalho em equipe.

O trabalho em equipe sobre o próprio grupo implica o desafio de superar os mesmos antagonismos e desencontros que existem entre os indivíduos na sociedade. É assim que o grupo tem que haver-se com os mesmos impulsos competitivos, agressivos e personalistas que cada um de nós traz consigo de sua história e de seu meio” (A obra de Cafh – A Vida em Harmonia – Mensagem 2001, 2006).

A partir deste ponto descreveremos em breves linhas o tema escolhido, as fontes consultadas e o conteúdo deste Trabalho Anual. O Trabalho Anual 2020 do Grupo de Damas e Cavaleiros de Solitários da Távola 112 de Vitória, ES, foi realizado visando levantar material disponível (nos arquivos dos Filhos deste grupo) nos cursos e ensinanças, e de retiros e mensagens, sobre os temas liberdade e responsabilidade, buscando relacionar os dois conceitos conforme entendimento e visão de Cafh. Vale destacar que alguns dos cursos/ensinanças, aqui descritos em parte, podem ter versões mais atualizadas.

Para tanto o material foi distribuído entre os componentes do grupo que fizeram uma seleção de textos, aqui destacados e referenciados, e consolidados nos itens conforme descrevemos abaixo.

No item 1. Cafh, Liberdade e Responsabilidade destaca-se a liberdade e a responsabilidade como princípios básicos do desenvolvimento espiritual, contidos na Doutrina de Cafh.

No item 2, ‘Como viver a liberdade com responsabilidade?’, a seleção de textos buscou vincular a ideia de liberdade com a de responsabilidade trazendo vários aspectos associados a estes conceitos. Desta forma este item foi subdividido em 10 subitens destacando-se dentre estes aspectos: autoconhecimento, consciência e livre-arbítrio, vocação espiritual, obediência, ascética mística de Cafh, renúncia, liberdade como mola propulsora de mudanças, participação, corpo e mente e felicidade.

No item 3 destacam-se atitudes de um ser livre e responsável, no qual os componentes do grupo expuseram livremente suas percepções acerca desta pergunta.

1. CAFH, LIBERDADE E RESPONSABILIDADE.

“Cafh, como caminho de desenvolvimento espiritual tem um marco que o determina, que é sua doutrina. Este marco se guia por princípios, por ideias norteadoras próprias, as quais refletem seus ideais espirituais.” (Extratos da Alocução de Abertura, 2012).

“Cafh oferece uma ensinança, um método e um cerimonial aos que buscam liberar-se interiormente, e convida a que cada um se desenvolva por si mesmo através desses meios.

Cafh proporciona a seus Filhos uma ensinança determinada, mas não impõe o dever de crer nela, senão que unicamente manda estudá-la.

Ao não fazer da Doutrina um artigo de fé, Cafh dá um caráter de absoluta liberdade e respeito à relação dos Filhos com seu caminho espiritual e dos Filhos entre si. Ensina os Filhos a se relacionarem com outros sem julgá-los nem pressioná-los para que mudem suas crenças. Também ensina que cada um tem a liberdade de cotejar suas crenças com sua experiência.

A Doutrina de Cafh dá a alma a liberdade interior que necessita para se relacionar diretamente com o divino, sem intermediários.” (Comentários à Doutrina, Caráter da Doutrina, Liberdade, 1994).

“Cafh nos insta a respeitar o conceito de que nossa liberdade termina onde começa a liberdade do próximo.

Cafh exorta cada indivíduo a reconhecer e cumprir a responsabilidade que lhe corresponde” (A Obra de Cafh, A Doutrina, 2006).

“Ao reconhecer a nossa participação na família humana, compreendemos o alcance que há de ter a nossa responsabilidade. Não tem maior sentido buscar a liberação particular dando as costas para a humanidade da qual nós somos uma parte inseparável” (Comentários À Simbologia Arcaica, Comentário Ensinanças 4 e 5, 2018).

“…necessitamos de nosso trabalho interior, de nossos companheiros de caminho, de toda a humanidade. Necessitamos aprender a amar o próximo sem reservas, necessitamos a retroalimentação dos que nos rodeiam, necessitamos compreender a nossa realidade: ser nas almas. Talvez a sobrevivência da humanidade dependa de compreendermos isto em toda a sua magnitude. E de nos darmos conta da responsabilidade que nos cabe nisso” (Matizes da Oração, O Véu de Aheia e a Ressurreição de Hes, 2013).

2- COMO VIVER A LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE NO MARCO DE CAFH?

2.1 Vocação Espiritual, Liberdade e Responsabilidade

“Nossa vida espiritual e a tarefa de viver são uma e a mesma coisa. O amor à liberdade interior sustenta a nossa vontade, inspira a nossa inteligência e nutre os nossos sentimentos. Damo-nos conta de que desenvolver-nos é equivalente a compreender-nos, a conhecer-nos e a melhorar as nossas relações em todos os níveis. Vemos que o fato de atender às demandas de nossa vocação, longe de nos tirar liberdade, possibilita-nos ser realmente livres, expressar o melhor de nós” (A Arte de Viver a Relação, A relação com a vocação,2015).

“A fidelidade à vocação espiritual expande o sentido de Responsabilidade, pois à medida que nos identificamos com a nossa vocação decrescem nossas desculpas para fugir da responsabilidade” (Método de Vida. Método individual exterior).

“Quanto mais aprofundamos nossa Responsabilidade, mais amplo é o contexto no qual consideramos as situações e mais restrito o âmbito de nosso livre arbítrio para responder a elas.” (Vida Espiritual, Responsabilidade, 2012).

“Quando aspiramos à realização espiritual vamos ao encontro da Responsabilidade” (A Relação, A relação com a responsabilidade, 2003).

“A alma de Renúncia não confunde liberdade exterior com Liberdade, nem obrigações com Responsabilidade. Somente pode ser livre um ser responsável.” (Ascética da Renuncia, Obediência,1982).

“Ao escolher o que queremos fazer de nossas vidas, sem pressões externas, somos livres para assumir o compromisso em nossa medida, de acordo com o que nosso discernimento nos indique. A consciência vocacional pede o que cada um de nós deu com total liberdade ao emitir nossos votos. Com paz interior, com convicção, poderemos ser consequentes no cumprimento de nossa missão e sem dúvida abriremos, a partir de nosso próprio fazer, novos sulcos de esperança e de realização para a humanidade. Continuemos velando, cada dia, para que a consciência de nossa vocação de oferenda, do compromisso que a vocação implica e da coerência que nos exige, rejam nossas vidas. Unamos nossa intenção e compromisso, formando uma corrente de amor, de consciência, de responsabilidade com a humanidade.

Um voto, pelo menos desde um ponto de vista humano, implica duas coisas: discernimento e responsabilidade.

Os votos expressam a graça divina e a responsabilidade vocacional.

A vida não é algo que nos acontece, senão que a construímos através de escolhas conscientes, de fidelidade à ensinança, de vida metódica, enfim, de um esforço consciente para desenvolver-nos. Esta necessidade de viver nossos votos de forma deliberada é a ideia fundamental que queremos transmitir e que sintetizamos no conceito responsabilidade vocacional” (Alocução Inicial 1986, Os Votos).

“Nossa tarefa é grande:

  • Respondamos à falta de amor que vemos no mundo através de nossa vocação de união com todas as almas.
  • Respondamos à violência, com nosso compromisso de gerar pensamentos e sentimentos de bem que superem o ódio que vemos na sociedade.
  • Respondamos à incompreensão, com o esforço por vivenciar em nosso entorno a aceitação sincera da diversidade.
  • Respondamos à dor do mundo, com o compromisso de expandir a consciência até que todos os nossos atos reflitam a compreensão de ser uma alma entre as almas” (Alocução de Encerramento 2008).

2.2 Ascética Mística de Cafh: Liberdade e Responsabilidade

“A partir de nossa perspectiva individual, abramos caminho, usando, inteligentemente, nosso livre arbítrio, nossa energia e as ferramentas que a Ascética e a Mística de Cafh nos oferecem. Aprofundemos este trabalho de abrir caminho com o nosso crescente sentido de Liberdade e Responsabilidade.” (Mensagem VI, Buscadores de liberdade interior, Mensagem de Plenilúnio 2011, 2018).

“Construamos a partir da diversidade, que é nossa fortaleza, limitando o exercício de nossa liberdade não só à condição de respeitar a liberdade dos demais, senão de aceitá-la reconhecendo as diferenças. A responsabilidade que nos cabe como Corpo Místico não nos permite dar lugar à separatividade. Passemos da etapa de só exigir direitos à do compromisso com o todo, de trabalhar pelo bem comum, com a certeza de que albergamos bens interiores inestimáveis, especialmente o chamado a dar-nos que nos marca um rumo claro a seguir na vida.” (Mensagens VI, Amor pelo desenvolvimento, Mensagem de Plenilúnio 2006, 2018).

“Nossa missão é de oferenda e o seu objetivo nos transcende. Ter clareza vocacional, fortaleza de propósitos e consciência da transcendência da missão que nos cabe cumprir, nos compromete a dirigir a nossa atenção e interesse para realizar um trabalho especifico, procurando não nos desviar de nosso objetivo. Compromete-nos a levar a cabo a principal obra social que, cedo ou tarde, todos os seres humanos temos que realizar: desenvolver-nos espiritualmente para expandir nossa consciência e, com ela, nossa compaixão e nosso sentido de responsabilidade individual e social” (Alocução de Encerramento 2010).

“Recordemos que nosso compromisso de oferenda há de se expressar em uma atitude de serviço a todas as almas. É esta nossa maneira de promover a Obra de Cafh dentro do Corpo Místico e na sociedade. Ampliemos a gama de possibilidades através de uma ação sinérgica que multiplique o resultado de nossa oferenda e desenvolva o potencial de nosso grupo.

Para que “nosso estar a serviço” seja efetivo, aprendamos de nós mesmos, de nossas debilidades e fortalezas, para compreender as debilidades e fortalezas daqueles aos quais temos que orientar espiritualmente e as de nossos companheiros e amigos espirituais que nos acompanham no trabalho que assumimos. Compreender nos torna compassivos e nos abre as portas ao amor” (Extratos das Alocuções 2005-2013).

“O desenvolvimento espiritual que nós podemos gerar está em nossa própria vida. A possibilidade que temos de criar um mundo melhor é fazer o trabalho para o qual viemos a esta terra: desenvolver-nos como individualidades egoentes. A forma de ajudar-nos uns aos outros é aprender a amar-nos sem julgamentos, sem preconceitos; aprender a aceitar-nos tal qual somos e colocar ênfase na própria mudança; aprender a dialogar para poder compartilhar o que pensamos e o que sentimos; aprender a receber retroalimentação para poder ter uma apreciação mais completa de como somos” (Matizes da Oração, Autoconhecimento, 2013).

“Deixemos de teorias. Voltemos à fonte. Trabalhemos a partir do real. Demos testemunhos. Esta é a nossa tarefa. A humanidade necessita deste passo” (Mensagem de Plenilunio 2020).

“Através da prática de um ascetismo inteligente, fruto da profunda convicção de contar com esta vida como única experiência, neste presente, podemos esculpir, com amorosa liberdade e detalhe, nossa obra mais importante: nós mesmos. Sem dúvida, o que dá sentido transcendente a esta obra é fazê-la por amor a todas as almas” (Extratos das Alocuções de Plenilúnio 2005-2013, Fortalecer nossas bases).

2.3 Obediência, Liberdade e Responsabilidade

“Sem a obediência, a liberdade é uma quimera. Sem liberdade, a obediência é uma escravidão” (Regulamento de Cafh, Capítulo vigésimo terceiro). “A Liberdade e a obediência são as forças que permitem à alma realizar suas possibilidades. Nossa paz e serenidade se assentam em saber que estamos acatando a voz de nossa consciência” (Guia Para Retiro Anual 2015/ Quinto Dia, Desenvolvimento).

“Os Filhos e Filhas de Cafh hão de estar sempre abertos para o futuro. […] As ensinanças conceituais devem dar, como fruto, uma liberdade mental ampla, espiritual. Tudo é possível, tudo está ao alcance das possibilidades do ser humano que se faz apto para transcender. Só a mente, quando coloca uma impossibilidade, cria obstáculos para essa realização” (Guia Para Retiro Anual 2015/ Quinto Dia, Desenvolvimento).

“Os filhos e filhas não havemos de esquecer de nos basear nos princípios fundamentais de nosso caminho os quais o caracteriza como um caminho de liberação interior.

Cumprir de forma cotidiana e com fatos concretos o princípio de Cafh que assinala que todos somos livres com pleno direito a exercer a liberdade de pensar sobre nossa vida sem interferência de outros, é um avanço indiscutível para a humanidade. Honrar com nosso modo de viver e comportar-nos, a consciência que temos desenvolvido de que este direito à liberdade implica responsabilidade completa pelo que fazemos, pensamos e decidimos demonstra maturidade, genuína espiritualidade e reverência pela vida.

Ser responsável é ter em conta que cada eleição implica um resultado determinado. Ser responsável é assumir, tão logo os tenhamos aceitado, os compromissos que abraçamos em nossa vida pessoal e como filhos e filhas de Cafh” (Alocução de Abertura, Assembleia de Plenilúnio 2015).

“Quem exerce o poder somente tem responsabilidades sem nenhum privilégio” (A Ascética da Renúncia, Obediência, 1982).

Se a Responsabilidade é “…algo exterior a nós, seria um fardo que carregamos com desconforto, que suportamos com esforço e da qual desejaríamos nos livrar. Mas somente podemos sentir que essa responsabilidade é uma carga quando nossa consciência de ser é a de um ente separado e independente” (Da Mística e dos Estados da Consciência, Responsabilidade, 2014).

2.4 Renúncia, Liberdade e Responsabilidade

“Será que pela renúncia à satisfação dos desejos encontramos a resposta a nosso anseio ancestral de liberdade?” (Matizes da Oração, O Estandarte, 2013).

“Compreendemos que a renúncia é a lei da vida: que não ter nada –superar o afã de possuir– é riqueza; que não ganhar nada –superar o agir de forma interesseira, ambição e o afã de impor-nos– é serenidade; que não ser nada – superar o afã desaparecer– é alcançar nossa identidade, ser na Divina Mãe através de todas as almas.” (Mensagens III, A Mística do Coração, 2005).

  • “Para poder oferendar nós temos que liberar-nos. “Nosso verdadeiro consolo é amar sem medida, é abraçar a vida e oferendar nos ao serviço de todas as almas. ‘O que significa abraçar a vida e oferendar nos ao serviço das almas?
  • Para poder oferendar a nossa vida, temos que possui-la primeiro, ser donos dela, conquistá-la. Para poder oferendar nos temos que liberar-nos” (Matizes da Oração, O Véu de Aheia e a Ressurreição de Hes, 2013).

“Se queremos compreender a Lei da Renúncia, necessitamos liberar-nos do apego ao que cremos entender dela. Definir a renúncia com nosso limitado entendimento, é fixar seus efeitos a um momento e a uma história pessoal, porque colocamos o limite de nossa percepção como fronteira ao nosso conhecimento. Negar a Renúncia porque não a entendemos ou porque não estamos dispostos a deixar de alimentar interesses que subordinam o bem comum a metas pessoais, é truncar as possibilidades de desenvolvimento do ser humano. Quando, em troca, não limitamos seu significado nem seu alcance ao que cada um de nós crê compreender, expandimos nosso entendimento e a vida se transforma em um campo fértil de aprendizagem. Demos, então, o passo necessário experimentando conscientemente os efeitos desta lei. Aceitemos a temporalidade da vida, a enfermidade, a velhice, as mudanças contínuas, como um fenômeno natural de nossa existência. Viver em sintonia com a renúncia é imprescindível para não ficarmos detidos com o vislumbre da liberdade interior que anelamos alcançar.” (Mensagens VI, Amor pelo desenvolvimento, Mensagem de Plenilúnio 2006, 2018 ).

“Exploremos nossa liberdade nesse campo: no presente, no real de nosso ser.

Encontramos a liberdade necessária para executar profundamente e para explorar o nosso terreno comum, para trabalhar juntos.

Quando não buscamos seguranças, quando não há afã por ter razão; quando não queremos ter todas as respostas, quando não nos atamos às idealizações, quando aceitamos plenamente a realidade e nos responsabilizamos por ela, saboreamos a nossa liberdade.

Nossa liberdade é interior. Não depende de nada mais do que de nós mesmos e de nossa capacidade de fazer-nos responsáveis por ela.

Nossa capacidade de fazer-nos responsáveis é a outra face de nossa liberdade. Liberdade e responsabilidade são a chave de nosso aprendizado.

Este binômio liberdade-responsabilidade é a mais genuína expressão da lei da renúncia” (Mensagem de Plenilúnio 2020).

“Renunciar sem condições é renunciar a nós mesmos. Isto produz uma mudança qualitativa em nosso desenvolvimento. O fruto dessa renúncia é, simplesmente, liberdade interior.

Estamos habituados a exercer liberdade para fazer ou conseguir o que desejamos e até mesmo lutamos por ela. Mas não é esta liberdade a que estamos nos referindo.

A liberdade interior se expressa especialmente em um juízo equânime.

A fixação no passado subjetivo que fomos construindo e nos impede de compreender as limitações, nossas e dos outros, aceitar e perdoar, apagar da nossa memória o registro dos agravos recebidos. Em outras palavras, impedenos de continuar crescendo interiormente e de viver com liberdade hoje.

Ao esquecer os juízos que fizemos sobre nós mesmos, somos livres para viver como escolhamos viver. Ao esquecer o juízo que fizemos sobre os demais, respeitamos sua liberdade de ser como eles querem ser. Desta maneira, promovemos a harmonia e a paz em nós e nos demais.

A liberdade interior que conseguimos pela renúncia a nós mesmos nos dá flexibilidade mental e capacidade para encontrar novos significados no que consideramos sabido.

Só a renúncia a nós mesmos nos abre o caminho para a eternidade, pois a liberdade interior que ela gera transmuta debilidade e medo em fortaleza intrínseca e uma personalidade contingente em verdadeira individualidade” (Mensagens IV – 1995-2000, As 10 palavras do Desenvolvimento Espiritual, Ousar, julgar e esquecer, 2005).

“Busquemos ser almas liberadas de nossas limitações interiores! Somente sendo interiormente livres podemos crescer em harmonia com o devenir.

Como buscadores de liberação interior, procuremos abrir espaços na abundância de idéias que impulsionam a humanidade em diferentes direções.

Necessitamos liberar-nos do sentido de posse e estar preparados para adaptar-nos imediata e espontaneamente a qualquer mudança e condição que nos afete.

Isto nos permite viver plenamente o que a vida nos brinda e, ao mesmo tempo, ter liberdade de deixar tudo em qualquer momento.

Necessitamos liberar-nos do temor que tende a provocar a incerteza. Para poder desenvolver-nos necessitamos apoiar-nos sobre a confiança em nós mesmos, em nossos valores como buscadores de liberdade interior… Necessitamos liberar-nos da necessidade de querer ser como aqueles que idealizamos.

Ao deixar de buscar um lugar de protagonismo, nós nos permitimos ser em liberdade.

O fruto da vida espiritual é a liberação interior. Queira a Divina Mãe concedernos a graça de manter sempre vivo em nós o espírito de buscador para que, atentos e alertas ao verdadeiro sentido da existência possamos ser plenamente livres para viver e transmitir a ideia da renúncia” (Mensagens VI, Buscadores de liberdade interior, Mensagem de Plenilúnio 2011).

“É essencial o reconhecimento de nossa responsabilidade para poder gerar a força de vontade para a mudança. E por isso que é tão importante trabalhar sobre a liberdade interior.

Não buscamos ser honestos para ser “melhores”, mas para alcançar a liberdade interior que possibilita a expansão de nossa consciência e com ela, a participação consciente com tudo o que existe.

Sem lugar para dúvidas, a humanidade vai evoluindo e a régua com que se mediam os fatos no passado não é a de hoje. Isto não significa desconhecer a responsabilidade pelos atos passados. Muito pelo contrário, devemos assumir as consequências do fato e é nossa responsabilidade procurar atenuar os efeitos do que provocamos” (Alocução de Abertura 2016).

2.5 Autoconhecimento, Liberdade e Responsabilidade.

“O processo de conseguir liberdade interior consiste, de certo ponto de vista, em desenvolver o hábito de ir além do que conhecemos. Como poderíamos transcender nossas limitações se não estivéssemos dispostos a revisar nossa visão de nós mesmos, do mundo e da vida?” (Os Exercícios Ascéticos, A Meditação Discursiva e a Imaginação, 2000).

A liberdade está vinculada ao autoconhecimento. A sociedade só pode nos garantir a liberdade exterior, individual. Mas a verdadeira liberdade se consegue através da liberdade interior. Esta liberdade interior vem do “… domínio sobre a nossa vontade, conhecer a nossa força interior e cultivá-la, conhecer as nossas limitações e esforçar-nos para superá-las e também saber respeitar a liberdade alheia’. Para isto é necessário o ‘autoconhecimento, o desejo de aprender e saber e o desenvolvimento do senso de responsabilidade” (Matizes da Oração, Ensinança Autoconhecimento, 2013).

A base do conhecimento de nós mesmos encontra-se em buscar compreender a própria vida, reconhecer nossa ignorância de não saber, desejar saber, e necessitar amar com todo nosso coração.

“…todo o nosso trabalho está assentado sobre o aprofundamento de nossa vida interior. É aí que devemos buscar a nossa fonte de inspiração, a nossa força, o impulso para a busca da liberdade interior .”(Extrato da Alocução de Abertura 2011).

“Permaneçamos fixos em nosso templo interior, não percamos de vista o nosso destino transcendente, o qual nos permite que a nossa vontade responda à nossa consciência. O fruto desta fixação é uma expansiva e transformadora liberdade interior.

“…aceitar o desafio de renovar, dia a dia, o entusiasmo para fazer de nosso coração um templo, um centro espiritual que não somente irradie paz e plenitude, mas que também possa transmitir o sentir de uma vida dedicada à busca da liberação interior, para que esse sentir possa alimentar todas as almas.” (Alocução de Encerramento 2011).

2.6 Consciência, livre arbítrio e responsabilidade

“Por ter consciência, somos responsáveis.

Por ter livre arbítrio, decidimos como responder as nossas Responsabilidades” (Vida Espiritual, Responsabilidade).

“O livre arbítrio é o dom por excelência que os seres humanos possuímos que nos ajuda a trabalhar interiormente para o desenvolvimento da vontade, o domínio de nós mesmos e a liberdade interior para alcançar a expansão de nosso estado de consciência” (Guia Para Retiro Anual 2015/ Quinto Dia, Desenvolvimento).

“Contextualizemos nossa liberdade em exercer nosso livre-arbítrio, especialmente quando nos leva a transcender limites para ampliar nossas possibilidades. Tomemos, então, consciência da existência desses limites. Reconheçamos nosso nível de dependência das circunstâncias, da busca de reconhecimento, da necessidade de ocupar um lugar preferencial, de obter privilégios. Quando escolhermos, façamo-lo com plena consciência. Tomemos consciência de que temos liberdade para escolher, especialmente, de que podemos escolher dar-nos.” (Mensagens VI, Amor por nosso Caminho, 2018). “A liberdade interior não se consegue pela força, nem se alcança através da posse e do poder. A liberdade interior é fruto do renunciamento de si mesmo.” (Guia Para Retiro Anual 2015/ Quarto Dia, Desenvolvimento).

“O ser humano é intrinsecamente livre para pensar, sentir, e atuar como escolha fazê-lo, mas nunca antes tantos seres humanos tiveram a possibilidade de escolha entre tantas opções, em todos os campos, como as que temos hoje. No entanto, comprovamos que não é o poder escolher entre uma grande quantidade de opções o que nos leva à plenitude, mas a capacidade de escolher aquelas opções que nos conduzem a realizar nosso fim último.” (Mensagem de Plenilúnio 2011)

“Assumimos nossas Responsabilidades de acordo com o nosso estado de consciência” (Vida Espiritual, Responsabilidade).

Assumamos, então, a responsabilidade do que acontece conosco. Discirnamos o rumo que nos trouxe ao ponto onde estamos e trabalhemos para sobrepornos aos problemas que hoje nos afligem, tanto a nós individualmente como toda a sociedade” (A Obra de Cafh, Mensagem 2003, As prioridades, 2006).

“Ao desenvolver nossa empatia e nosso senso de participação reduzimos as margens que damos à nossa liberdade de ação para decidir e agir de forma independente. Da mesma maneira, nosso senso de responsabilidade se desenvolve desde o extremo de rejeitar qualquer compromisso até o de reconhecer que estamos comprometidos pelo simples fato de existirmos dentro de um conjunto. Este processo místico mostra que a ideia de liberdade também está em processo, que tão importante como a liberdade que os direitos humanos nos dão é a forma como usamos esses direitos diante do ineludível de viver em relação. Ao colocar a liberdade individual e os próprios direitos neste contexto, adquirem primazia a autoanálise e o autodomínio – o aspecto ascético – e o amor centrado no bem de todos – o aspecto místico – para decidir como exercemos nossos direitos e que uso fazemos de nossa liberdade” (A Obra de Cafh, Mensagem 2004, Participação, Amor e Empatia, 2006).

“Poderia ser que o exercício de liberdade se tornasse uma rede de causas e efeitos sobre a qual não temos controle e manejasse nossa vida com fios invisíveis para nós e, possivelmente com resultados dolorosos. Como precavernos de cair no labirinto criado pelo exercício da liberdade sem consciência das responsabilidades que esse exercício implica?

Do ponto de vista de nosso estado de consciência habituais, as limitações a nossa liberdade se nos apresentam como situações penosas, de perda de direitos que consideramos que nos cabem.

A ambivalência criada por duas atitudes irreconciliáveis tais como querer desenvolver-nos e continuar com o exercício de uma liberdade sem limites certos, é a causa de muitos desgostos.

Dentro do processo de união com a Divina Mãe, os conceitos de liberdade e responsabilidade estão intimamente unidos aos conceitos de autodomínio, autocontrole e limite no nosso agir.

Em outras palavras, pressupõe que possamos exercer nossa liberdade com consciência e autodomínio” (A Obra de Cafh, União Substancial com a Divina Mãe, 2006).

“Não sentimos que seja necessário antecipar sempre as consequências que nossas ações produzirão em outros e no meio. É assim que outorgamos a nós mesmos uma margem muito elástica de liberdade para decidir como viver, sentir e pensar.

E quando observamos, nós os interpretamos e atribuímos responsabilidade segundo nossa conveniência.

Enamoremo-nos da liberdade que nos dá superar os limites nos quais nos encerra a ignorância que alimentamos com nosso egoísmo” (Mensagens IV, Transmutar, 2005).

E é em nossa consciência que tem lugar a grande alquimia de todos os níveis de realidade (físico, mental, espiritual) e é onde se produz nosso desenvolvimento…E o reino de nossa consciência alcança o cosmos e também a União Substancial com a Divina Mãe” (Matizes da Oração, O Véu de Aheia e a Ressurreição de Hes, 2013).

“Alguns dos valores que promovem o adiantamento pessoal são a vontade, a responsabilidade, a inteligência e o trabalho. Alguns dos valores que impulsionam rumo à união divina são a empatia, o amor e a consciência.

A Ideia Mãe nos fala a cada um de nós ao ouvido e é responsabilidade de cada um responder à vocação que nos impulsiona a realizá-la” (A Obra de Cafh, A Ideia Mãe, 2006).

“Geralmente pensamos que somos livres quando nem pessoas nem situações nos obrigam a agir, sentir ou pensar de uma determinada forma. Raramente pensamos em nós como agentes que podem restringir nossa liberdade.

Dentro do processo de desenvolvimento que leva à união com a Divina Mãe, o foco primário de atenção no que diz respeito a nossas possibilidades de exercer nossa liberdade somos nós mesmos” (A Obra de Cafh, A União Substancial com a Divina Mãe, 2006).

“A liberdade exterior se exerce dentro dos limites marcados pela responsabilidade social e o sentido de participação.

Este domínio é a base do conhecimento de si mesmo e da liberdade que podemos exercer.

Precisamos meditar para aprender a pensar. Para pensar com liberdade, necessitamos nos treinar a pensar.

Cafh é um caminho de liberação interior! Busquemos ser almas interiormente livres para poder receber, sustentar e avançar no desenvolvimento da ideia da renúncia com a qual nos comprometemos a viver e transmitir” (Mensagem de Plenilúnio 2011).

“… A força que faz com que estas escolhas nos mantenham na senda eleita é um incontido amor à liberdade interior.

O anseio da liberdade é inerente ao ser humano. Junto com este anseio está o de dar sentido à própria vida. Que valor teria para nós a liberdade se ela não nos levasse aonde queremos ir? Buscamos liberdade para crescer, para explorar, para decidir, experimentar e desenvolver-nos; procuramos desenvolver todas as nossas possibilidades para irmos sempre além do que vislumbramos neste momento” (Mensagens VI, 2018).

“Através de uma vida disciplinada e de vivências místicas baseadas na renúncia a nós mesmos, damos força a essa alquimia e adotamos o desenvolvimento da consciência como o trabalho excelso de ajuda à humanidade. Nosso amor pela manifestação divina e o nosso apostolado de serviço às almas se desenvolvem neste nível.”

“Nossa tarefa não é mudar o mundo, mas é expandir o nosso próprio estado de consciência, mudar a partir de dentro. É um processo lento e trabalhoso e compromete toda nossas vidas. Nossa missão é entregar este bem a toda a humanidade. Nossa tarefa é purificar os nossos meios e os nossos fins” (Matizes da Oração, O Véu de Aheia e a Ressurreição de Hes, 2013).

2.7 Participação, Liberdade e Responsabilidade

“Exercemos nossa liberdade quando conseguimos pôr nossos olhos, nossa mente e nosso coração em nosso ideal de união com a Divina Mãe e enfocar, sem distrações, todo o nosso esforço para realizar uma vida de amor e de participação.” (Os Exercícios Ascéticos, A Atenção, 2000).

“O anseio de alcançar um amor real expande a nossa compreensão e amplia a nossa responsabilidade, impulsionando-nos a dar cada vez mais de nós mesmos, a ser melhores, a curar, a consolar, a participar. Nosso sentido de participação se amplia constantemente, como um horizonte que se desloca à medida que avançamos em sua direção. Começamos a cumprir nossa responsabilidade espiritual cuidando da qualidade de nossa vida interior, que é a fonte de todo sistema de relações. Não só nos sentimos responsáveis por nossas ações, como também pela atitude que nutre os nossos sentimentos e pensamentos.

A responsabilidade espiritual se desenvolve junto com o desenvolvimento de nossa consciência; não é uma condição estática, é um caminho a percorrer. Partimos de um estado de consciência em que nos centramos em nós mesmos, com um sentido de responsabilidade individual limitado a nossos interesses pessoais. Pouco a pouco, através de nossa experiência e o esforço para relacionar-nos e comunicar-nos, começamos a sair de nosso encerramento egoísta e vamos incluindo a sociedade em nossas ocupações. Esta expansão nos permite ver a pequenez de nossa problemática habitual dentro do âmbito do sofrimento coletivo” (A Arte de viver a relação, A relação com a responsabilidade, 2015).

“A conduta dos Filhos se desprende do espírito do Método e da Ensinança de Cafh, que ensinam o sentido de não posse, de responsabilidade e de participação” (Comentários à Doutrina, Ascética da Renúncia, 1994).

“À medida que logramos autoconhecimento e ampliamos nossa consciência, compreendemos nossa responsabilidade de participar integralmente da sociedade humana. O reconhecimento de que somos parte inseparável da humanidade é um processo que podemos estudar observando o desenvolvimento de nossa relação com a sociedade.

Simplificando esse processo, poderíamos dizer que enquanto nos sentimos alheios à sociedade e a olhamos desde fora, esperamos tudo dela. Depois, quando nos damos conta de que nossa vida é parte integral da humanidade e reconhecemos tudo que temos recebido dela, descobrimos nossa responsabilidade para com a sociedade e, em vez de credores da sociedade, sentimo-nos devedores dela.

Há três aspectos básicos em nosso trabalho para melhorar a sociedade:

  • Superar o personalismo.
  • Realizar em nós mesmos e em nosso entorno o bem e as mudanças que queremos para a humanidade.
  • Assumir a responsabilidade que nos cabe em aliviar os problemas humanos e em criar oportunidades de desenvolvimento” (A Arte de viver a relação, A relação com a sociedade, 2015).

2.8 A Liberdade como força propulsora de mudanças

“Compreendemos que a oferenda, nascida de uma profunda reverência e amor pela vida, não é um esforço esporádico, limitado pela ideia de obter algo em troca, senão que é o resultado de uma atitude participativa e humilde que nos localiza na realidade de ser e saber-nos uma alma entre as almas. Trabalhemos para que esta atitude interior se arraigue em nosso coração, para que a partir desse centro surja abundante força de realização. Sabemos que potencialmente contamos com a liberdade e a capacidade de fazer as mudanças que anelamos em nossa vida e no entorno. Demos um passo mais: assumamos o compromisso de realizar nossos sonhos na vida diária. Esta é a forma de gerar, além de uma transformação na qualidade da própria vida, a energia indispensável para transformar o mundo em um âmbito de maior equanimidade, equilíbrio e harmonia.

Façamos com que as experiências místicas, essas breves percepções de um estado de consciência mais expansivo, transformem-se em vivência com poder de concretização onde estejamos. Sabemos que com entusiasmo podemos chegar até certo ponto no caminho, mas, para ultrapassar essa porta, descobrir outro campo de possibilidades, é preciso um esforço e uma intenção que sejam nutridos pela vocação de renúncia. Cada um de nós determina até que cota do monte da vida decide ascender. Esta é a liberdade de que dispomos. Estendamos ao máximo nosso potencial humano para que alcancemos superar a resistência à mudança e possamos transformar sentimentos egoístas, limitados, em sentimentos egoentes, expansivos.

O compromisso que dá lugar a uma oferenda sustentada em tempo e intensidade é o que nasce da compreensão de que assumir a tarefa de desenvolver-se não é um trabalho a mais, é uma graça” (Mensagens VI, Compromisso com nossa oferenda de vida, Mensagem de Plenilunio 2008, 2018).

“Sentir gratidão é fundamental em nosso processo de desenvolvimento, induznos reconhecer o que recebemos dos outros e assumir a responsabilidade de também ajudarmos os outros.

Além do mais, frente ao que agora temos a nosso alcance, como não podemos sentir gratidão e profunda responsabilidade se tivermos em conta que, na atualidade, boa parte da humanidade carece até de água potável e suficiente alimento para poder viver, além de sofrer maltrato, discriminação, perseguição e morte?

.Sentir-nos agradecidos nos faz sentir responsáveis, melhora a relação que temos com os demais e, especialmente, a que temos com o que nos ocorre ao longo da vida.” (Práticas de Desenvolvimento, Gratidão, 2019)

2.9 Corpo e mente, liberdade e Responsabilidade

“Talvez a forma mais eficiente de avaliar nosso grau de liberdade seja observar em que medida exercemos domínio sobre nossa mente. No entanto, enquanto não sofremos grandes altos e baixos, enquanto a boa sorte nos acompanha, não nos preocupamos em avaliar nem nosso grau de liberdade nem de controle mental. A prova nos chega quando sofremos revezes, quando temos dificuldades nas relações interpessoais, quando temos problemas econômicos ou quando queremos meditar. É então que nos damos conta de que nosso capital humano individual é limitado por nossa falta de domínio sobre nossa mente e, em consequência, sobre nossa vontade.

O domínio da mente tem várias facetas: poder de concentração, clareza a respeito da relação entre o que conhecemos e o desconhecido, capacidade de análise, compreensão da relação entre causas e efeitos, memória, capacidade de hierarquizar ideias e também muitas outras. Os exercícios ascéticos, sejam de concentração, de meditação, práticas de oração, práticas devotas ou mesmo exercícios físicos, baseiam-se todos no domínio da mente através de sua exercitação e têm como finalidade capacitar-nos para poder viver como queremos viver. A ascética não é um fim em si mesma, mas um meio de desenvolver o domínio mental necessário para poder exercer nosso livre arbítrio com consciência e responsabilidade” (Os Exercícios Ascéticos, A prática da meditação, 2000).

“O corpo é um instrumento indispensável para o nosso desenvolvimento. Expressamo-nos, experimentamos e aprendemos através do nosso corpo. Por isso é tão necessário que a relação com o nosso corpo seja construtiva e esteja baseada no autocontrole e na responsabilidade.

A responsabilidade com respeito a nossa energia é pessoal porque o tempo de vida útil do corpo pode se encurtar de forma significativa se não prestamos atenção a nossos hábitos. Somos responsáveis de que nosso corpo nos renda todo seu potencial.

O domínio do corpo e a responsabilidade e o bom senso em seu cuidado, ajudam-nos a manter claro o objetivo espiritual de nossa vida, os valores que a sustentam e o sentido de participação em um mundo ao qual devemos nossa contribuição” (A Arte de viver a relação, A relação com nosso corpo, 2015).

2.10 Felicidade, Liberdade e Responsabilidade

“Um dos direitos fundamentais do ser humano é o de buscar livremente a felicidade.

A felicidade se encontra na vida tal como esta é. Buscá-la em uma vida isenta de dificuldades, incerteza e sofrimento é sonhar com o impossível.

A paz e a plenitude dependem da maneira como enfrentamos os grandes desafios e as possibilidades cotidianas.

Para alcançar a felicidade possível para nós, é fundamental que compreendamos que necessitamos enfrentar o desafio da vida fazendo-nos responsáveis por nossa vida.

Em nosso esforço para assumir essa responsabilidade, recorremos à orientação espiritual. Reconhecemos que necessitamos ajuda, conselho.

Cada um necessita enfrentar e resolver suas dificuldades.

A felicidade é gerada por nós mesmos, não nos chega de fora; ninguém pode dá-la a nós nem é obrigado a fazê-lo.

O primeiro passo para resolver uma dificuldade, então, é enfrentá-la e assumir toda a responsabilidade pela mesma.

Cada um tem que descobrir se orienta sua vida empós da satisfação de seus desejos ou para impulsar seu desenvolvimento espiritual.

E quanto mais adiantarmos em nosso desenvolvimento, mais aprenderemos a viver com serenidade e alegria profunda os obstáculos que a vida nos apresenta. Esta maneira de enfrentar a vida é a base de nossa felicidade” (Alocução Inicial 1988, A Busca da Felicidade).

3. QUANDO SE É LIVRE E RESPONSÁVEL:

Neste item cada uma das Filhas expõe, a partir de sua percepção pessoal, quando se é livre e responsável.

‘Quando ouve sua consciência, vive conscientemente cada instante, cada ato.

Quando se ama sem apegos, sem posses, sem preferências, incondicionalmente.

Quando deixa de ser o centro e expande seu olhar para o outro.

Quando julga com equanimidade, sem envolvimento emocional, mas com justiça e compaixão.

Quando nada impõe, nada impede, deixa a vida fluir como ela é.

Quando não se deixa atingir e releva ofensas, críticas, murmurações, preconceitos.

Quando se cresce nas diferenças, na dor, nas experiências.

Quando ocupa apenas seu lugar e não vive a vida dos outros.

Quando se é responsável, faz o que deve ser feito, dando o melhor de si sem esperar nada, apenas serve e oferenda.

Quando não teme os reveses, as mudanças, as impermanências da vida, e não culpa ninguém pelo que lhe acontece.

Cuida para não acrescentar mais dor a este mundo, sendo justo, generoso, flexível.

Quando se é consciente dos gastos não se deixa levar pelo supérfluo, pelos modismos, pelo ilusório. Sabe que onde há exagero, desperdício algo está faltando em outro lugar.

“É necessário dar tudo ao amor, absolutamente tudo” (Regulamento de Cafh, do Método, cap.24).’

‘Ao deixar o que nos ata e receber o que a vida nos coloca.

A Renuncia nos ensina a fluir na corrente da vida.

Ser livre é amar.

A liberdade real consiste em ser o que se é: um ser humano com infinita possibilidades.

Quando cumpro os compromissos assumidos por mim espontaneamente. Pois me libera para os próximos movimentos da vida, outro momento, novas possibilidades.

Quando nosso coração pulsa com o ritmo da vida, tomando e deixando, tal como pede, estamos respondendo ao chamado de união com a Divina Mãe.’

‘Toda vez que assumimos um compromisso com consciência, usufruindo do nosso estado de localização interior atenderemos ao que ali está comprometido, Isso é Responsabilidade. Podemos escolher se o faremos apontando as dificuldades ou reduzindo os possíveis atritos, com compreensão e aceitação. Isso é Liberdade. E ao exercitar tal Liberdade estaremos apresentando menor resistência ao fluir da Vida, desta forma, potencialmente, estaremos gerando uma vida de paz e harmonia.’

‘Quando se quebra a personalidade corrente, saindo da prisão mental de crer que não se pode ser feliz sem todos os conceitos preestabelecidos através de nossos hábitos, ideias e crenças.

Quando não se faz diferença entre o agradável e o desagradável, transformando o que nos acontece em meios para aprender, participar, tomar consciência e expandir o nosso amor.

Quando somos gratos por todos e tudo que nos rodeia, expandindo nosso sentido de interdependência e participação.’

‘Primeiro temos que entender o significado de Liberdade.

Podemos dividir a liberdade em 3 níveis:

  • liberdade física – direito de ir e vir.
  • liberdade mental – liberdade de pensar, se expressar, agir. Essa vem acompanhada de graus variados de responsabilidade.
  • liberdade espiritual – essa estamos descobrindo, engatinhando e deve ser acompanhada com muita responsabilidade, amor e renúncia.

Temos sempre a liberdade de escolha – escolha entre fortalecer a personalidade ou o desenvolvimento espiritual.

Devemos ter a ousadia de desenvolver a liberdade espiritual.

Que liberdade queremos ter?’

‘No Caminho Espiritual de Cafh a liberdade e a responsabilidade são princípios básicos para o desenvolvimento espiritual do ser e da humanidade. Liberdade e responsabilidade são uníssonas. Para se alcançar a verdadeira liberdade, a liberação interior, há que se fazer responsável pela vida, pelas relações, pelo processo de desenvolvimento espiritual, que é individual e também coletivo. Conscientes de que somos partes interligadas a um todo, nosso comportamento, nossas ações, pensamentos e sentimentos refletem neste todo. Neste sentido, ao buscarmos e trabalharmos pela expansão de nossa consciência, trabalhamos no contexto individual e influenciamos o contexto da humanidade, como parte deste.

A liberdade de escolhas, alinhada à consciência da nossa força transcendente, e à vontade de sermos uno na expressão divina que em tudo se manifesta, nos leva, na medida de nossa entrega, a agir e interagir com responsabilidade, colocando esta força à serviço da expansão espiritual de todo o manifestado, expressão do amor maior.’

A liberdade vem quando abro mão de estar em lugares com pessoas queridasme divertindo e escolho estar em casa, porque sei que é preciso escolher a minha saúde e da minha família.

Quando me dou conta de que é melhor estar em paz do que ter razão em uma discussão e simplesmente valido a idéia do outro.

A liberdade vem, quando acordo pela manhã agradecendo e já aberta para qualquer coisa que possa ter que enfrentar naquele dia, de bom ou de ruim e ainda assim, agradecendo novamente por ter conseguido terminar aquele dia bem e com saúde!

REFERÊNCIAS

Cafh. A Arte de Viver a Relação. 2015. Cafh. Alocução de Abertura 2010, 2015 e 2016 Cafh. Alocução de Encerramento 2018.

Cafh. A Obra de Cafh. 2006.

Cafh. A Relação. 2003.

Cafh. Comentários À Simbologia Arcaica. 2018.

Cafh. Comentários à Doutrina. 1994

Cafh. Espírito de Cafh. 2011

Cafh. Extratos das Alocuções 2005-2013

Cafh. Extratos de alocuções C.G.M. ll – 1997-1998

Cafh. Matizes da Oração. 2013

Cafh. Mensagem III. 2005.

Cafh. Mensagem lV 1995-2000. As dez Palavras do Desenvolvimento

Espiritual. 2005.

Cafh. Mensagem VI. 2018.

Cafh. Mensagens 2020, 2014 e 2011

Cafh. Método de Vida. 2009.

Cafh. Práticas do desenvolvimento. 2019.

Cafh. Vida Espiritual. 2012.

Cafh. Os Exercícios Ascéticos. 2000. Cafh. Retiro Anual – RA 2005-2006 (MP 2004)

Cafh. Retiro Anual 2015.

Da Mística e dos Estados da Consciência, Responsabilidade, 2014

WAXEMBERG, J. A Ascética da Renúncia. 9ª Ensinança. 1982.

LISTA DE ASSUNTOS

Princípios de Cafh

Liberdade e Responsabilidade

LISTA DE PALAVRAS CHAVE

Ascética Mística de Cafh

Autoconhecimento

Cafh

Consciência

Corpo e mente

Felicidade

Liberdade

Livre arbítrio

Mudanças

Obediência

Participação

Renúncia

Responsabilidade

Vocação Espiritual

GRUPO

DAMAS

  1. Ana Luzia Fregonazzi Bottecchia Senn
  2. Rosa Maria Lourenço Denaday
  3. Delza Anastácio Andrade
  4. Mariângela Almenara Rodrigues
  5. Scheilla Alcoforado Mendes
  6. Maria Ruth Paste
  7. Karina Buteri