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Trabalho Anual

Tem: CAFH e a Pandemia


Távola 36 de Solitários
Rio de Janeiro, RJ – Brasil 2020



Este trabalho anual de 2020 foi elaborado pelos filhos da Távola 36 de Pajens, Donzelas, Escudeiros e Daminhas de Solitários da cidade do Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
O tema é referente a Cafh e as relações com a Pandemia do Covid-19, onde os depoimentos são apresentados separadamente, de forma anônima, para que todos pudessem expressar sobre o atual momento.


Depoimento 01

Com quase setenta anos, aposentado, levando uma rotina de vida muito simples, reservada e reclusa, não percebi quase nenhuma mudança em minha vida e isso se estende às reuniões semanais não presenciais com meus companheiros de grupo. Tamanho é meu carinho por eles, que pessoal ou virtualmente encontrá- los e ouvir suas ponderações acerca da Ensinança em estudo é para mim uma intensa e valiosa experiência…nada mudou.

Há que ser mencionada a facilidade, o conforto de desfrutar de tudo isso sem sair de casa!

Concluo então o óbvio:

” cada um com seu cada um”, ou seja, os mais jovens, que estão construindo suas vidas profissionais e têm que se deslocar de casa para o trabalho e vice- versa, seguramente não percebem a quarentena dessa forma.

A única e última ponderação que me resta fazer é sobre os retiros periódicos que ficaram muito prejudicados em seu formato original, fora isso, seguimos juntos na senda que nos leva à união com a Divina Mãe do universo.

Depoimento 02

A partir do momento em que se iniciou o distanciamento social, fui percebendo algumas questões bastante interessantes em relação ao modo como Cafh se faz presente na vida dos Filhos e Filhas.

Em um aspecto mais geral, creio que iniciativas que visavam fomentar a comunicação entre integrantes e/ou grupos se tornaram ainda mais significativas. A oportunidade de assistir algumas cerimônias, a Sala de Orações, os vídeos, as entrevistas e os encontros virtuais atingiram um número expressivo de participantes. As dificuldades que atrapalham tanto a assiduidade e a pontualidade nas Reuniões semanais, pelo menos nas grandes cidades, pareceram diminuir bastante para aqueles que precisaram/puderam observar o isolamento.

É importante ressaltar como se tornou valioso poder acessar tantas informações através dos meios eletrônicos! Basta citar, entre outros tantos, o nosso institutoproolhar.com.br. Particularmente, verifiquei como o Método pode orientar nossas ações de forma simples e objetiva. Bons exemplos disso são as disposições sobre o Trabalho Manual, a Economia Providencial, os cuidados com a saúde, a organização das práticas cotidianas etc. Ter em mente os princípios preconizados pelo Método, sem sombra de dúvida, tem auxiliado a manter uma vida mais equilibrada.

A Missão Anual mostrou-se bastante oportuna neste período de convivência mais prolongada com as pessoas com as quais cumprimos o isolamento, além do atendimento àquelas que estão passando por situações difíceis seja por doença, por perda de familiares ou emprego, pelos transtornos psicológicos da solidão forçada. O ouvir de verdade, com paciência e empatia, é um excelente aprendizado de participação.

Essa pandemia trouxe inúmeros desafios para todos. Não é necessário enumerá-los, pois estamos conhecendo e vivenciando vários deles. Há muita apreensão, dificuldades de toda ordem, transformações em nossas rotinas e planos, grandes expectativas.

Neste momento, poder contar com a confiança na Presença Divina e sua assistência, entregando nas mãos da DM tudo o que pensamos e sentimos, utilizando as ferramentas que o Caminho oferece, mantendo viva a chama de nossa Vocação, certamente vai nos ajudar a transpor as adversidades que vão se apresentando.

Depoimento 03

Soube que o Covid-19 andava pela China no final de dezembro e pensei que ficaria por lá. Acreditava, naquela ocasião, que as medidas radicais de isolamento do governo chinês seriam suficientes para eliminar o vírus. Mas em início de março já havia sido decretada a pandemia. E a presença “ao vivo” nas reuniões de terça-feira em 2020, acabou sendo uma apenas. Logo foi confirmada a necessidade do isolamento social, os grupos não poderiam se encontrar mais.

A resposta das lideranças de Cafh foi rápida. Nossos encontros passaram a ser feitos via skype – ainda com algumas dificuldades de escuta ou participação; e posteriormente via zoom, com muito boa qualidade. Filhos e Filhas, em sua grande maioria, passaram a se encontrar uma vez por semana, estudar a ensinança, compartilhar seus comentários, sua energia, a meditação, sua doação, sua devoção à escolha do caminho.

Sim… Faltou o contato de pele, o aperto de mãos, o abraço, a energia da presença ao vivo.
Mas nós, Filhos – Viandantes, Peregrinos, IHS – seguimos firmes no caminho, cumprindo nossa missão de autoconhecimento, respeito pelo próximo, de aprendizagem e contínua reciclagem, trabalhando para conscientizar-nos da importância do amor “desde o princípio ao fim do caminho” e evoluirmos como seres espirituais.

A pandemia não prejudicou nosso fortalecimento espiritual. Os encontros online sãoumaexcelenterespostaaumacontingência. Possibilitaram-nosasreuniões semanais, um encontro com a Dama Grande Mestre, retiros online com ampla presença de participantes, a Sala de Orações, Diálogos Online. E podem ser a semente de novos meios de encontros em Cafh – quiçá encontros ao vivo e online, no futuro!

“Eis aqui a aspiração suprema: Possuir a essência da experiência sem se apegar ao experimentado. Deixar, de uma vez por todas, de levar a carga de muitos símbolos, os hábitos envelhecidos, livros sagrados, a bolsa de pão do pobre, que sempre são coisas que vem de fora para dentro.” (Simbologia Arcaica,11a. Ensinança, Visão Divina ,Santiago Bovísio)

Depoimento 04

O ano de 2019 terminou com um acontecimento importante: em 30/11 foi apresentado um trabalho de compilação e integração de toda a documentação de CAFH e disponibilizada para consulta dos Filhos. A meu ver, um divisor de águas.

Seguimos independente da Pandemia, à eleição de uma mulher, como é mulher a Divina Mãe, para ser a Dama Grande Mestre. A nova DGM trouxe uma visão pedagógica arrojada, de abertura e participação efetiva de todos os Filhos e Filhas, preparando-nos para o enfrentamento da Pandemia, afastados em nossas casas, mas nunca tão juntos quanto aqui.

Na minha avaliação, a inclusão das categorias mais periféricas para o interior do estar em Cafh participando das escolhas de temas para cursos, os trabalhos anuais coletivos e cerimoniais diversos vêm se mostrando a argamassa que fortalece todo o Caminho.

Adentramos 2020 com a Missão de praticar à “escuta ativa”, incluindo-se à informação explicita, mídias, estudo e escuta buscando a otimização dessa última, até que possamos “ouvir com o coração”!

Era março de 2020 e a Pandemia se alastrava rapidamente, fazendo muitas vítimas fatais, impondo uma detenção compulsória.

Aprendemos rapidamente a realizar virtualmente o Banquete, Reuniões semanais, Grupos de Orações, Diálogos e Conferências.

Sem se dar conta, essa grande detenção gerada pela Pandemia nos aponta caminhos novos, para dentro de CAFH e para o mundo simultaneamente!

Depoimento 05

2020 foi um ano de mudanças. Um ano em que todos precisamos mudar nossas formas de se relacionar e viver. Um ano em que precisamos reavaliar nossos hábitos cotidianos.

A pandemia, entre outros, fez necessária a reinvenção de nossa forma de nos comunicar. CAFH em sintonia com o presente, passou a realizar reuniões virtuais visando permitir que os encontros entre seus membros não fosse prejudicado pelo momento vivido. Sabemos do valor dos encontros presencias entretanto foi fundamental esta possibilidade aberta aos filhos. Desta forma bastava ter acesso à internet para estar apto a participar das reuniões das távolas. Ainda assim, muitos filhos enfrentaram dificuldades nessa adaptação tecnológica. Ora computadores não funcionavam, ora a internet se tornava instável ou ainda o ambiente disponível para a reunião não oferecia a calma e privacidade desejada pelos participantes. Me identifico com este último exemplo citado. Para mim, estes meses em reunião virtual foram muito difíceis, desconfortáveis e fiz todo o possível para estar presente sempre.

Mas observando o cenário por uma ótica mais ampla acredito que todos nós aprendemos muito, trocamos uns com os outros, nos tornamos mais compreensivos com as dificuldades alheias, nos tornamos mais solidários no sentido de auxiliar uns aos outros em suas necessidades, sempre com o pensamento de que em algum momento tudo irá passar. Cafh se mostrou atenta ao momento e deu um presente à todos os seus filhos a abertura para as reuniões virtuais durante o momento de pandemia. Sigamos no caminho até que tudo passe.

Depoimento 06

Desde o início da Pandemia no Brasil em março, tem trazido muita insegurança e incertezas sobre o amanhã a muitos brasileiros, principalmente aqueles residentes em locais com grande concentração de casos confirmados.

A relação desse momento em que vivemos com o caminho de desenvolvimento tem sido tranquila, entretanto o não costume as reuniões online e outras atividades remotas aos poucos tem se tornado algo mais comum. A assiduidade as reuniões estão melhores, em vista que morar em uma cidade grande, com problemas de locomoção, muitas vezes atrapalha o planejamento diário e o comparecimento as reuniões presenciais.

Uma experiência do retiro online, que imaginava que não seria agradável, foi totalmente o oposto do que pensei, tendo sido extremamente gratificante com pausas importantes. A possibilidade de reunião remota também permitiu o encontro com a Dama Grande Mestre de Cafh, tornando mais acessível essa ponte de contato, mesmo que virtualmente.

É um momento novo, e mesmo com o avanço da tecnologia, temos dificuldades de nos adaptar em meio a tantas atividades de trabalho, juntamente com as angústias e medos diários. Cafh nos proporciona ferramentas para vencermos e trabalharmos sobre esses medos e tentar

Depoimento 07

Apesar das enormes dificuldades pelas quais a humanidade está passando, Cafh nos brinda com ferramentas importantes para lidarmos com as vicissitudes que a vida nos impõe.

Mesmo considerando que não estamos todos no mesmo patamar rumo a evolução espiritual, como almas buscadoras, aprendemos logo ao ingressar em Cafh a lição mais importante de todas, porque é a primeira e nos abre o caminho para a compreensão de nosso papel no mundo – O VOTO! Nosso primeiro Voto em Cafh é o de SILÊNCIO! E, uma das inúmeras dificuldades que a Pandemia nos impôs, foi o de puxarmos o freio de mão e sairmos da balburdia e do ruído caótico em que nos encontrávamos para nos por em uma espécie de “suspensão”… E, aí veio o silêncio quase ensurdecedor…

Tivemos que parar tudo para entender, com algum sofrimento que o silêncio interior é uma gestação da escuta. Uma gestação que pode levar tempos diferentes em cada alma, mas que todos desenvolvemos, na medida em que expandimos nossas consciências. E a pandemia fez o tempo de cada um “urgir”.

A Pandemia nos obrigou a desenvolvermos o silêncio e consequentemente a escuta e a entendermos que este é o maior aprendizado, na medida em que nos afastou da convivência física com os demais, nos forçou a descobrir como essa escuta nos afeta, e que “afetar vem de afeto”.

Antecipou uma abertura para o diálogo com respeito e empatia. Forçou-nos a silenciar a nós mesmos, sem o qual não seria possível avançar na direção da complementariedade com o outro. E, penso que esse continua e continuará sendo nosso maior desafio na pós Pandemia.

Assistimos o drama de muitas pessoas de nossa convivência, fora do Caminho, que passaram do ponto de suportar a privação que a pandemia está impondo por um recolhimento forçado. E, a nós cabe, nesse momento, tomarmos consciência de que estamos unidos a tudo e a todos, e a atualizar essa consciência fazendo a nossa parte.

Entender o privilégio que é poder lidar com as Ensinanças, aprender com elas e aplicá-las em nosso cotidiano é a maneira mais efetiva de ajudar a melhorar nosso meio circundante. Nesse aspecto, os Temas das Meditações nos ajudam a adentrarmos em nosso SER e reconhecer o DIVINO em nós, e em cada SER.

Uma das ferramentas mais importantes que temos, e que a Pandemia está fortalecendo, é o tempo maior para as meditações. Muitos filhos reclamavam sobre essa falta de tempo. Mas, com o trabalho home office, ficou mais fácil o rearranjo do tempo. Embora o trabalho tenha aumentado, ficou mais fácil percorrer o Caminho em busca de alcançarmos um ideal de libertação interior a que nossas almas aspiram para nos tornarmos seres humanos melhores. Embora, esse seja é um trabalho individual.

…”Precisamos meditar para aprender a pensar. Dizemos isso porque costumamos confundir pensar com opinar, segundo nossos gostos, preconceitos e tendências.”

…” Os exercícios de meditação nos ajudam a dar direção e ordem a nossos pensamentos. Além disso, ensinam-nos a trabalhar com nossas emoções, a dominar nosso estado de ânimo e a adquirir hábitos que e impulsionam o nosso desenvolvimento.” (Praticas do Desenvolvimento – A Meditação)