À DAMA GRANDE MESTRE
TRABALHO ANUAL/2023
TÁVOLA 111 DE SOLITÁRIOS
VITÓRIA ES BRASIL
COMPONENTES
1-FERNANDO CÉSAR MOTA
2-DANIEL
4– MARCO VAGO
6-JOSE ROCHA
1-LAURITA MARIA DE ARAUJO
3-NEIDECESAR VARGAS
5 -MARINA SOUZA
7- APARECIDA DE CÁSSIA MACHADO
PERCEPÇÕES SOBRE A EGOÊNCIA E A RELAÇÃO COM OS CONFLITOS.
“Ao fazer consciente a relação consigo mesmo, o indivíduo se localiza como parte inseparável o Universo, aprende a respeitar-se, a ser veraz consigo mesmo e a identificar sua individualidade. Dessa maneira estabelece uma relação com o que sabe que é e o que habitualmente acredita ser, quando se deixa levar por suas emoções ou pelas ideias que assimilou de outros sem reexaminar seus fundamentos. Na medida em que essa relação se aprofunda, aprende a não se encerrar em si mesmo, porém a responder a sua necessidade de expandir sua consciência, e de dar significado a sua vida.” ( Jorge Waxemberg´- A arte de viver a relação)
Compreender a singularidade dos temas é importante pela novidade dos mesmos.
Então clareamos em nós: a egoência, o Caminho da Egoência e a individualidade egoente
A percepção e a vivência de que somos seres humanos e divinos (egoência) é um desfio permanente para o estado de consciência habitual. Reconhecer a natureza humana (instinto, razão, intuição), aceitando a pequenez e a grandeza (gravidade e graça) do ser humano, parece se o ponto de partida do Caminho da Egoência.
Dar-se conta desses limites sensoriais (sentidos e emoções) é um passo importante no Caminho da Egoência, pois somos seres infinitamente cheios de desejos e ansiosos por uma nova ilusão, que nos consome tempo e energia.
A possibilidade do desenvolvimento da individualidade egoente inicia-se na inclusão de si mesmo nesse processo. Ao colocar–se em um lugar de chegada (conquista), corremos um grave perigo, pois nunca se chega. Renunciamos essa ferrenha armadilha, pois o caminho é fluido, e nos exige estar sempre na origem.
A escolha de abrir-se ao Desconhecido nas experiências internas e externamente é cabível para todos, quando silenciamos o ser, quando desapegamos de nossas estruturas mentais e aceitamos a realidade como ela se apresenta sem deformá-la pelos nossos quereres.
Entendemos que somos limitados em nossas percepções pela genética, cultura e sociedade nas quais nascemos, fomos formados e estruturamos, não negando assim, a realidade egóica.
Por outro lado, compreendemos que nosso anseio de ser livre interiormente e a vivência do Desconhecido em nós, (Entes) se integram com esse ego, em um único ser Egoente.
A vivência de uma participação inclusiva é outro passo do Caminho da Egoência. Nessa vivência desaparece o sujeito e o objeto. Tudo se integra, sem julgamentos e quereres.
Nesse processo de inclusão, calar e escutar, é a forma de integrar-se em estado de presença e oferenda, para transformar o habitual em experiência mágica.
A individualidade egoente, não pede, não espera, não deseja. Apenas realiza. Constrói pontes onde a separatividade se impõe.
A maturidade interior egoente é saber-se livre. Liberdade de ser.
Nessa realidade tudo é pão. Tudo é alimento transformador.
A liberdade egoente, a magia está na interação do ser com a vida. Unidade existencial.
Amar, não é amar alguém, é amar. Servir, não servir a outro, mas servir.
O todo é o Desconhecido revelado na experiência, quando a individualidade egoente é a vida do Ser.
Assim percebemos que no estágio atual da humanidade diversidade e conflito geralmente andam juntos e o habitual nos seres humanos é negar o conflito, escapando dele, ignorando-o ou, na outra polaridade, transformando o conflito em confrontação, em uma tentativa de calar a diversidade. Como seres humanos são muito poucos de nós que transmutaram tal polaridade. O conflito torna-se uma situação que necessariamente precisamos trabalhar nas relações humanas. Talvez trabalhar os conflitos signifique adentrar num campo vasto para se trabalhar na “raiz dos problemas humanos”. Existe um caminho único para isso? Pensamos que não. Cada um vai trabalhar a partir de sua própria história de vida. Se sua história é fugir de conflitos eles com certeza vão sempre lhe assombrar. Se sua história é atrair conflitos por um certo deleite com a confrontação o desgaste energético e o custo pessoal que isso gera tende a ser muito alto.
Como aprendemos com os conflitos ao invés de ignorá-los?
Pensar que aprender é primeiro identificar que dada situação é um conflito. Por vezes sequer nos apercebemos disso.
Após identificá-la procurar entre o que gerou o conflito e o que sentimos diante dele, o que nos desperta, e que reação manifestamos diante dele.
Geralmente o conflito desperta emoções que não desejamos vivenciar ou que queremos manter sob controle. Daí porque muito de nós evitamos os conflitos a todo custo.
Ante o conflito o que seria substituir a emoção que naturalmente brota de nós por um sentimento, uma intenção, uma atitude, que encarne a renúncia?
Crer que o movimento concreto nessa direção não é padronizável. É sempre um exercício individual e peculiar. No conflito geralmente buscamos enquadrar o que é diverso, ou ignorar. Alguns de nós nos acostumamos com os conflitos e mesmo os buscamos ou no outro extremo, outros se acostumam a evitá-los,
Encarnar a renúncia ante o conflito é aceitar que se é diversa, mas, e a individualidade? Manifestar o que sentimos e o que vivenciamos livremente sem nos tocar pelo mal-estar que isso pode gerar nos demais. Sem medo de ser nós mesmos, sem estarmos no controle, sem nos preocuparmos com nossa imagem ou com que dirão. Não obstante, movidos não pela necessidade de confrontação, mas sim pela necessidade de ocupar o lugar que nos cabe na humanidade e em Cafh.
O outro lado da moeda é aceitar a manifestação do outro, seja qual for. Sem juízos ou movimentos de enquadramento ou ressalvas ou mesmo limitações.
Assim vemos a egoência envolver esse processo de buscar a lei interna e única que move nosso ser em direção ao divino e que está em nós e a qual chegaremos nesta ou noutras vidas por tentativa de erro, no campo das relações.
Também envolve permitir que o outro busque em si a sua própria lei interna, pois o divino também está no outro, pois outro é parte do todo. Permitir significa vigiar os nossos esforços habituais que visam enquadrar o outro ao nosso padrão, ao mesmo tempo tentando substituí-los pela confiança e a fé de que, por meio do nosso amor e do respeito a nossa liberdade, o nosso melhor vai se manifestar. Em outras palavras, os conflitos são interessantes pontos de partida para se plasmar a egoência caso consigamos aprender com eles. E dos grupos que vamos participando ao longo da vida talvez os grupos de Cafh sejam os com mais diversidade. Assim sendo tais grupos se notabilizam como bons laboratórios para se aprender com os conflitos e avançar no que tange a renúncia e a egoência.
Para reconhecer-nos e mudar nossa maneira de ver o mundo e a vida não é uma tarefa fácil. O nosso caminho em si é a vida simples, a sua realização nos leva a vida toda. A forma de desenvolver a egoência é com aspectos práticos e evidentes.
Costumamos dar importância aos aspectos superficiais de nossa vida, sem medo ou pressões dos que pensam de forma diferente. Devemos agir de acordo com nossas ideias ainda que nos cause dificuldades de relacionamento. Assim adquirimos forças para vencer as dificuldades com reserva e transmutação da energia e da pureza dos sentimentos.
À medida em que nos tornamos egoentes enfrentamos de forma efetiva os problemas que afligem todos os seres, concentramos a atenção nos aspectos fundamentais da vida e podemos descobrir as causas dos problemas e colaborar para a sua solução com participação efetiva, amor expansivo e trabalho desinteressado.
Quando começamos a nos conhecer, nossos valores espirituais, a nossa individualidade e nossa egoência, que se manifestam com a expansão de nossa consciência, e em participação com toda a humanidade. Descobrimos que nossa felicidade interior confere a nossa vida espiritual, nos inspira ações nobres e desinteressadas.
Através da expansão da nossa consciência, forças e percepções se abrem ao universo e desabrocha a nossa perfeita individualidade egoente..
Aprendemos a amar a nós mesmos e expandir esse amor a todos os seres.
A egoência do ser encontrará seu caminho e desenvolverá a sua própria egoência de ser livre, e expressar a liberação interior e individual, a sua liberdade espiritual.
Concluímos que plasmar o ser humano do futuro não é tarefa fácil. É desnudar-se do manto que cobre a nossa ignorância e fragilidade frente ao desconhecido. Desconhecido este que nos apresenta de várias formas, nos confundindo, nos alertando e nos conduzindo por caminhos diversos.
O ser humano egoente é uma projeção de futuro. Por que não ser agora? Por que não desvelamos esse desconhecido para sermos a presença plena do divino em cada sentimento, pensamento e ação? Por que não nos vestir de plenitude amorosa, envolver-nos no manto da renúncia e deixar que a vida se encarregue do nosso destino?
Nossa rota está traçada. Basta que sejamos o/a comandante da nave mãe que nos abriga e gira constantemente no rumo do futuro-agora.
Esperar pelo ser humano do futuro quando podemos ser agora, nesse instante o novo, o pleno, o consciente, o Egoente. É o querer que nos transporta do agora para o próximo agora. É o querer que nos transforma e nos presenteia com a força que precisamos para vivenciarmos a Egoência.